FORMAS-PENSAMENTOS – 3ª Parte
Podemos classificar as formas pensamentos em três espécies:
(1) as relacionadas apenas com seu originador;
(2) as relacionadas com outra pessoa;
(3) as que não são nitidamente pessoais.
1 – Se o pensamento de um homem é a seu próprio respeito ou baseado num sentimento pessoal, a forma pairará na vizinhança imediata do seu gerador. A qualquer tempo então, quando ele estiver em condição passiva, seus pensamentos e sentimentos não estando especificamente ocupados, sua própria forma pensamento retornará para ele, descarregando-se sobre si próprio. Além disso, cada homem também serve como magneto para atrair a si as formas pensamentos de outras, que sejam idênticas às suas atraindo assim para sua própria pessoa um reforço de energia vinda de fora.
As pessoas que se estão tornando sensitivas imaginaram, às vezes, em tais casos, que tinham sido tentadas pelo “diabo”, quando suas próprias formas pensamentos de desejo eram a “tentação.
Longa meditação sobre o mesmo assunto pode criar um forma pensamento de tremendo poder. Tal forma durará, possivelmente, por muitos anos e durante algum tempo terá todas a aparência e poder de um verdadeira e viva entidade. A maioria dos homem atravessa a vida encerrados numa gaiola construída por eles próprios, rodeada por massas de formas criadas pelos seus pensamentos habituais. Um resultado importante disso está em cada homem olhar o mundo através de suas próprias formas pensamentos e assim ver tudo colorido por elas.
Dessa maneira, as formas pensamentos do próprio homem reagem sobre ele, inclinando-se a se reproduzirem e instalando assim hábitos definidos de pensamento e sentimento, que podem ser benéficos se forem de caráter elevado, mas que são entorpecedores e um inconveniente para o desenvolvimento, obscurecendo a visão mental e facilitando a formação do preconceito e das tendências e atitudes fixas que se podem transformar em determinados vícios se forem desarmonicos ou de carater inferior.
Essas formas pensamentos permanecem em sua aura, aumentando em número e intensidade, até que certas espécies entre elas dominem sua vida mental e emocional fazendo assim com que responda aos seus impulsos em vez de se decidir por outros: assim são criados hábitos, a expressão externa de sua força armazenada, e assim seu caráter é construído.
Ademais, como cada homem deixa atrás de si uma esteira de formas pensamentos, segue-se que quando andamos ao longo de uma rua estamos caminhando por um mar de pensamentos de outros homens. Se um homem deixar sua mente vazia por algum tempo, esses pensamentos de outros passam através dela: se um deles chama a sua atenção, sua mente dele se apodera, torna-o próprio, fortalece-o pelo acréscimo de sua força e então torna a lançá-lo fora, a fim de que vá afetar alguma outra pessoa.
Um homem não é, portanto, responsável por um pensamento que flutue em sua mente, mas é responsável se o tomar para si, meditar sobre ele e mandá-lo a outros, fortalecido.
O hipnotismo fornece um exemplo de formas pensamentos. O hipnotizador pode criar uma forma pensamento e projetá-la sobre um papel em branco, onde será visível para o indivíduo hipnotizado: ou pode tornar a forma pensamento tão objetiva que o paciente irá vê-la e senti-la como se fosse, de fato, um objeto físico. A literatura do hipnotismo está repleta de tais exemplos.
2 – Se a forma pensamento está dirigida para outra pessoa, irá para essa pessoa. Um, de dois efeitos, pode então resultar daí:
a – Se na aura da pessoa visada há material capaz de responder simpaticamente à vibração da forma pensamento, então a forma-pensamento permanecerá junto da pessoa ou mesmo em sua aura, e, quando chegue a oportunidade, descarrega-se automaticamente, inclinando-se assim a fortalecer na pessoa aquele ritmo particular de vibração. Se a pessoa a quem é dirigida a forma-pensamento acontece estar ocupada ou já envolvida em alguma linha definida de pensamento, a forma pensamento, não podendo descarregar-se no corpo mental da pessoa, que já está vibrando numa determinada frequencia, fica suspensa na vizinhança até que o corpo mental da pessoas esteja suficientemente descansado para permitir sua entrada, quando então a forma-pensamento imediatamente se descarrega.
Fazendo isso ela exibirá o que parece uma quantidade bastante considerável de inteligência e adaptabilidade, embora seja realmente uma força atuando ao longo de uma linha de menor resistência – pressionando com firmeza numa direção todo tempo, e aproveitando qualquer canal que lhe aconteça encontrar. Tais elementais podem naturalmente ser fortalecidos e seu período de vida estendido pela repetição do mesmo pensamento.
b – Se, por outro lado, não houver na aura da pessoa matéria capaz de responder então a form -pensamento não pode afetá-la. Portanto, irá refluir dali, com força proporcional à energia com a qual foi atirada contra o alvo, retornando para bater em seu criador.
Assim, por exemplo, o pensamento de desejo de uma bebida não pode entrar no corpo de um abstêmio. Atingiria seu corpo astral, mas não chegaria a penetrar nele e retornaria a quem o tivesse enviado.
O velho ditado que diz:
“Maldições (podemos acrescentar bênçãos)voltam para o lugar de onde vieram”,
transmite essa verdade e explica acontecimentos em que tal como muitos o sabem, maus pensamentos dirigidos a pessoas boas e altamente desenvolvidas, não as afetam de forma alguma, mas reagem às vezes com terrível e devastador efeito sobre seu criador. Daí se depreende também, é óbvio, que a mente e o coração puros são a melhor proteção contra assaltos de sentimento e pensamento desarmonicos.
Por outro lado, uma forma pensamento de amor e desejo de proteção, fortemente dirigida para alguém muito amado, atua como agente de amparo e proteção. Procurará todas as oportunidades para servir e defender, aumentará forças amistosas e enfraquecerá as inamistosas que ataquem sua aura. Pode proteger a pessoa contra a irritabilidade, a impureza, e o medo etc.
Pensamentos amigáveis e sinceros bons desejos criam e mantém, assim, o que é virtualmente um “anjo da guarda”, sempre ao lado da pessoa em que se pensa, não importando o que ela possa ser. Os pensamentos e orações de muitas mães, por exemplo, têm dado assistência e proteção ao seu filho. Tais pensamentos são vistos com freqüência pelos clarividentes e em raros casos podem mesmo materializar-se, tornando-se visíveis.
Se o pensamento for suficientemente forte, a distância não faz nenhuma diferença, mas um pensamento fraco e difuso não é eficaz para além de uma área limitada.
Uma variante do nosso primeiro grupo consiste naqueles casos em que um homem pensa fortemente em si próprio num lugar distante. A forma assim criada contém uma grande proporção de matéria mental, toma a imagem de quem pensa e, de início, é pequena e comprimida. Atrai em redor de si uma quantidade considerável de matéria astral e habitualmente expande-se até atingir o tamanho natural antes de aparecer no seu destino. Tais formas são vistas com freqüência por clarividentes e não é raro serem tomadas como o corpo astral da pessoa ou mesmo pela própria pessoa.
Quando tal coisa acontece, o pensamento ou desejo deve ser suficientemente forte para fazer uma de três coisas:
(1) evocar, a imagem de quem pensa na mente da pessoa para a qual ele deseja aparecer;
(2) pelo mesmo poder estimular, no momento, as faculdades psíquicas da pessoa visada, de forma que ela possa ver o visitante astral;
(3) produzir uma materialização temporária que será fisicamente visível.
As aparições no momento da morte, que de forma alguma são raras, representam realmente, com muita freqüência, a forma astral do moribundo, mas podem também ser formas pensamentos evocadas pelo seu ansioso desejo de ver algum amigo, antes de morrer. Em alguns casos o visitante é percebido logo depois da morte e não um pouco antes, mas por inúmeras razões essa forma de aparição é menos freqüente do que as outras.
Um espírito familiar pode ser:
(1) uma forma pensamento
(2) uma impressão extraordinariamente vívida na luz astral,
(3) um autentico ancestral, apegado á terra, ainda vagando em algum lugar particular.
Relacionado com isso podemos acrescentar que sempre que uma intensa paixão foi sentida, tal como terror, dor, tristeza, ódio etc., uma impressão tão poderosa se faz na luz astral que pessoas dotadas do mais ligeiro lampejo de faculdade psíquica podem ser impressionadas por ela. Um ligeiro e temporário aumento da sensibilidade capacitará um homem a visualizar toda a cena: daí muitas histórias sobre locais assombrados, e sobre influências desagradáveis em pontos que se tornam conhecidos.
Aparições no local onde um crime foi cometido são, quase sempre, formas pensamentos projetadas pelo criminoso, que, esteja vivo ou morto, mas muito especialmente quando morto, está perpetuamente pensando, sempre e sempre, nas circunstâncias da sua ação. Já que esses pensamentos estão, como é natural, vívidos em sua mente na data aniversário de seu crime, pode acontecer que a forma pensamento seja forte bastante para se materializar de forma a se tornar visível à visão física, assim explicando muitos casos em que a manifestação é periódica.
Isso vale também para eventos ocletivos como incendios, grandes acidentes e outros
Da mesma forma uma jóia ou objeto que tenha sido causa de muitos crimes, pode reter as impressões e paixões que levam ao crime, com absoluta nitidez, por muitos milhares de anos, continuando a irradiá-las. Isso também vale para objetos muito queridos de seu proprietario.
Um pensamento tremendamente enérgico e concentrado, seja de bênção ou de maldição, cria a existência de um elemental que vem a ser, virtualmente, uma bateria de acumuladores viva, como um mecanismo de relógio a ela apenso. Essa bateria pode ser arranjada para se descarregar regularmente, a determinada hora do dia ou em certa data aniversário, ou sob determinada circunstâncias. Muitos exemplos dessa classe de elemental tem são registrados, especialmente na Alta Escócia, onde avisos físicos ocorrem antes da morte de um membro da família. Nesses casos, quase sempre é a poderosa forma pensamento que dá o aviso, segundo a intenção de que está carregada.
Um desejo suficientemente forte – esforço concentrado de amor ou de ódio – criará tal entidade de uma vez para sempre, uma entidade que será, então, bastante desligada de seu criador e levará adiante o trabalho que lhe foi designado, sem considerar as intenções e desejos posteriores que aquele venha a manifestar. Simples arrependimento não a traz de volta nem evita a sua ação, tal como o arrependimento não pode deter uma bala, uma vez disparada. O poder de entidade só poderia ser bastante neutralizado com o envio, em seu seguimento, de pensamentos de tendência contrária.
Ocasionalmente, não conseguindo exercer sua força sobre seus objetivos nem sobre seu criador, um elemental dessa classe pode tornar-se uma espécie de demônio errante, atraído por qualquer pessoa que manifeste idênticos sentimentos. Se for suficientemente poderoso, conseguirá mesmo apoderar-se de um cascão que passe e nele instalar-se, empregando mais cautelosamente seus recursos. Nessa forma pode manifestar-se através de um médium e, fingindo-se um amigo bem conhecido, obtém influência sobre pessoas que, de outra maneira, não conseguiria impressionar.
Tais elementais, transformados assim em demônios errantes – tenham sido consciente ou inconscientemente formados – procuram invariavelmente prolongar sua vida, seja alimentando-se como vampiros da vitalidade dos seres humanos, seja influenciando-os para que eles lhes façam ofertas. Entre grupos simples, têm conseguido com freqüência, tornar-se considerados como deuses. Os tipos menos perigosos podem contentar-se com oferendas de alimentos; os de classe mais baixa, os mais repulsivos, pedem sacrifícios de sangue. Ambas as variedades existem ainda hoje em diversas partes do mundo.
Sugando principalmente a vitalidade de seus devotos e usando também a nutrição que podem obter com as suas oferendas, conseguem prolongar sua existência durante anos ou mesmo séculos. Chegam até a realizar fenômenos afim de estimular o zelo e a fé de seus seguidores, e tornam-se invariavelmente desagradáveis, de alguma forma, se os sacrifícios forem negligenciados.
A imensa maioria das formas-pensamentos é, simplesmente, cópia ou imagem de pessoas ou de outros objetos materiais. Constroem-se primeiro dentro do corpo mental e passam então para o exterior, mantendo-se suspensas diante do homem. Isso se aplica ao que quer que seja em que se possa estar pensando: pessoas, casas, paisagens ou qualquer outra coisa.
Um pintor, por exemplo, imagina, com o material de seu corpo mental, a concepção de seu quadro futuro, projeta-a no espaço diante de si, mantém diante dos “olhos da mente”, e a copia. Essa forma pensamento emoção persiste e pode ser tomada como contraparte invisível da pintura, irradiando suas próprias vibrações e afetando todos os que fiquem sob sua influência.
Da mesma maneira um escritor constrói, com material mental, as imagens de seus personagens, e então, usando a sua vontade, move esses bonecos de uma posição ou agrupamento para outro, de forma que o enredo da história é literalmente desenvolvido diante dele.
Efeito curioso surge de tal caso. Um espírito da natureza pode animar as imagens e levá-las a fazerem coisas que não são as que o autor pretendia para a atividade delas. Mais freqüentemente um escritor morto pode perceber as imagens e, ainda interessado na arte de escrever, consegue moldar os tipos e influenciar suas ações, de acordo com suas próprias idéias. O escritor real muitas vezes percebe que o enredo está agindo sozinho, de acordo com um plano bastante diferente da sua concepção original.
Lendo um livro, o estudante pode, com a atenção integralmente concentrada, entrar em contato com a forma-pensamento original, que representa a concepção do autor ao escrever. Através da forma pensamento, o próprio autor pode mesmo ser alcançado possibilitando assim uma maior informação ser obtida, bem como a colocação de luz sobre pontos difíceis.
Há no mundo mental, como no astral, muitas reproduções de histórias bem conhecidas, cada nação tendo, habitualmente, sua apresentação particular, os personagens vestidos com seus próprios trajes nacionais. Existem, assim, excelentes formas-pensamentos de aspecto vivo, referentes a pessoas como Sherlock Holmes, Robinson Crusoe, Sr Spok e outros personagens os mais variados etc.
Na verdade, há no mundo astral grande número de formas pensamentos de caráter relativamente permanente, muitas vezes o resultado do trabalho acumulado das gerações.
Muitas se referem a pretensas histórias religiosas, e a visão delas, por parte de pessoas sensitivas, é responsável por muitas e verdadeiras narrações dadas por videntes não treinados de ambos os sexos. Qualquer grande acontecimento histórico, no qual se pensa constantemente e é imaginado vividamente por grande número de pessoas, existe como exata forma pensamento no plano mental, e quando quer que surja forte emoção com ela relacionada, materializa-se também na matéria astral e, consequentemente, pode ser vista por um clarividente.
O que ficou dito acima aplica-se igualmente, como é natural, a cenas e situações da ficção, do drama etc.
Considerados em conjunto, é fácil compreender o tremendo efeito que essas formas-pensamentos ou elementais artificiais têm na produção de sentimentos nacionalistas ou de raça, torcendo as mentes e criando preconceitos, porque as formas-pensamentos de igual tendência inclinam-se a se agregarem, formando uma entidade coletiva. Vemos tudo através dessa atmosfera, sendo cada pensamento mais ou menos refratado por ela, e, de acordo com ela, vibrando nosso próprio corpo astral. Como a maioria das pessoas é mais receptiva do que iniciadora em sua natureza, atuam quase como reprodutores automáticos dos pensamentos que as alcançam, e assim a atmosfera nacional é continuamente intensificada. Esse fato explica, obviamente, muitos dos fenômenos de consciência coletiva.
A influência dessas formas pensamentos agrupadas vai ainda mais longe. Formas pensamentos de tipo destrutivo agem como agente destruidor e muitas vezes desencadeiam a devastação sobre o plano físico, causando “acidentes”, convulsões da natureza, tempestades, terremotos, inundações, ou crime, doença, distúrbios sociais e guerras
É possível, também, para pessoas mortas e outras entidades não humanas, tais como espíritos da natureza, por exemplo, entrar nessas formas pensamentos e vivificá-las. O vidente treinado deve aprender a distinguir a forma pensamento, mesmo quando vivificada, dos seres vivos e fatos importantes do mundo astral dos moldes temporários em que eles são vazados.