Programa 27-11-23 – Os Seis Sons de Harmonização – 4ª Parte

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Os Seis Sons de Harmonização

Os Seis Sons de Harmonização

Os seis sons de harmonização correspondem aos órgãos do corpo humano:

XU para o fígado;

HO para o coração;

FU para o baço;

XI para os pulmões;

CHU para os rins; e

HEY para o triplo aquecedor.

Os três principais efeitos terapêuticos dos sons de harmonização são: harmonizar os órgãos, abrir a garganta e aumentar o fluxo de oxigênio para a corrente sangüínea e o fluxo de Chi.

– Conceito de saúde chinês

Saúde é o fluxo livre de Chi entre os órgãos, nos meridianos e todo o  corpo.

Doença é o bloqueio e a estagnação do fluxo de Chi no corpo humano.

Para os chineses uma pessoa saudável viverá até cento e vinte anos.

A morte prematura se deve à degeneração dos órgãos. Muitas pessoas se consideram velhas aos oitenta anos. Os mestres chineses encaram esse envelhecimento precoce como degeneração lenta e doença crônica.

– A origem da doença: Como evitar os extremos

Quando há uma saturação no organismo, segundo a medicina chinesa, sobrevém a doença. Diante de uma quantidade insuficiente de líquido, ocorre um quadro cha­mado secura tóxica (a voz pode parecer sensual, pois fica mais baixa e mais rouca).

Por outro lado, pode-se ter uma quantidade insuficiente de alguma coisa. Quando isso acontece no organismo, temos um quadro chamado umidade tóxica. Na terminologia ocidental chama-se edema, retenção de líquidos. A umidade tóxica drena a vitalidade e o fogo do organismo; um paciente com esse quadro tende a ficar cansado e exausto. Segun­do o sistema terapêutico chinês, a umidade aquosa combateu o fogo da vitalidade.

Para os chineses, o excesso constitui uma das principais causas de lesão dos órgãos. O consumo exagerado de alimentos, de gorduras e açúcar gera uma quan­tidade excessiva de muco e fleuma nos vasos sangüíneos – como o acúmulo de gordura num ralo.

Agora  qual é a ali­mentação ideal?

Não coma nenhum tipo de comida em quantidade excessiva. Faz mal comer muito pão, açúcar ou carne. Além disso, em vez de se empanturrar de uma só vez numa farta refeição, é mais saudável fazer refeições menores. Que maravilha, o segredo da alimentação resumido nessas duas palavras: Sem exageros.

O princípio terapêutico dos sons de harmonização do Chi Kung consiste em promover a homeostase dos órgãos acometidos por excesso ou deficiência. É como consertar um termostato enguiçado. Nesse caso, a casa fica ou quente demais ou fria demais. Ao praticar os sons de harmonização, despertamos novamente os nossos sensores internos e o nosso sistema de retro alimentação, restaurando, assim, a saúde e o equilíbrio dos órgãos.

– Rejuvenescimento e regeneração

Para os chineses, a harmonização é fundamentalmente um processo de regeneração, cujo objetivo é restaurar o fluxo normal do Chi e a harmonia dos órgãos. Uma vez restabelecido o equilíbrio interno e a homeostase dos órgãos, a saúde é recuperada.

– Pares físicos e internos

No movimento do Chi Kung, seis pares de componentes sinérgicos se alinham entre si. É como pressionar duas teclas do piano para criar um acorde harmonioso.

Os pares físicos são:

• Ombros e quadris

• Cotovelos e joelhos

• Pés e mãos

Os pares internos são:

• Respiração e movimento físico

• Objetivo e olhos

• Xing e Ming

Os oito componentes da respiração

Os oito componentes da respiração são as oito regiões mais importantes do corpo que estão associadas ao ato de respirar livremente. Para praticar de forma correta os sons de harmonização chineses é preciso prestar atenção nos oito componentes da respira­ção e mantê-los num estado de relaxamento. Esse processo pode ser comparado à afinação das cordas de um instrumento antes da execução de uma grande obra mu­sical. O processo descrito a seguir afina as oito “cordas” básicas da respiração correta:

1. Diafragma. – O diafragma é como uma tira de borracha. Durante a inspiração ele se retesa, e durante a expiração ele relaxa. Ao relaxar-se, o dia­fragma move-se para cima, para a base do coração, dando espaço para o fígado se expandir durante a expiração. Um aspecto importante de uma respiração plena é que ela permite que o diafragma massageie os órgãos internos. Colo­que as mãos sobre o abdome e respire fundo. Observe como suas mãos se movem para cima e para baixo enquanto você respira. Isso se dá pela contra­ção e pelo relaxamento do diafragma respiratório.

2. Pulmões. De todos os órgãos internos, os pulmões são os que ocupam a maior área. Imagine que eles são como uma esponja molhada repleta de líquido e ar (a noção comum de que os pulmões se parecem com balões é enganosa). Pul­mões saudáveis devem ser capazes de expelir a maior quantidade possível de líquido e gás, para permitir a entrada de ar fresco. Portanto, o princípio de uma boa respiração reside numa expiração completa, enquanto a inspiração ocorre de modo natural e espontânea sem ser preciso fazer muita força.

3. Costelas. As costelas envolvem os pulmões como a armação de uma canoa. Como devem estar livres para se expandir, os músculos entre elas devem estar relaxados, e não retesados. Os ombros têm de estar relaxados e abaixados para permitir a livre flutuação das costelas durante o processo da respiração e a prática dos sons de harmonização.

4. Brônquios. Coloque as palmas das mãos abaixo da garganta, acima do esterno, com os dedos apontando para baixo. Em seguida, abra os dedos e imagine que eles são tubos que se estendem para baixo pelos pulmões. Essa imagem repre­senta a via dos brônquios, dois tubos que se ramificam e se ligam a cada pul­mão.

5. Garganta e laringe. A laringe é a caixa da voz. É como uma cabine de posto de pedágio, que permite a entrada e a saída do ar. À medida que o ar sai, ela cria uma vibração, que se transforma no som e na fala. As pessoas têm o hábito inconsciente de fechar a laringe e retesar a garganta quando estão em silêncio. Mantenha-as abertas todo o tempo, principalmente durante a inspiração.

6. Palato mole. O palato mole, situado na parte posterior do céu da boca, é um dos componentes responsáveis pela formação e pela ressonância da fala e do canto. É importante mantê-lo relaxado quando estiver praticando os sons de harmonização.

7. Língua. A língua na verdade se estende até a parte posterior da garganta. É muito importante mantê-la relaxada durante a prática dos sons de harmonização.

8. Maxilar e lábios. Deixe o maxilar frouxo, como se estivesse bêbado. Mantenha os lábios descontraídos, como se estivesse sendo beijado.

PULMÕES: OS CAVALEIROS DE ARMADURA BRILHANTE

Na medicina chinesa, cada órgão do corpo humano possui a sua própria consciência. A consciência do pulmão tem o espírito de proteção e o sentimento de magoa. Os pulmões são os protetores dos órgãos. Sua estrutura física se abre como um guarda-chuva, formando um escudo que protege os outros órgãos. Os pulmões constituem a primeira barreira de defesa entre o ambiente interno e o mundo exterior. São também os primeiros a serem atacados por vírus e bactérias. De acordo com a medicina chinesa, é nesse órgão, que começa a funcionar as nossas defesas no momento da nossa primeira respiração, que se origina do fluxo de energia nesse caso começa a circular nossa energia pós natal ou seja a adquirida. Os pulmões são chamados de taiyin, Yin Supremo ou o órgão que ocupa o maior espaço no corpo humano. Estendida, a área da superfície dos pulmões cobriria uma area de 800m2.

Os três principais aspectos da função dos pulmões são:

1 – Enriquecimento e resfriamento. Os pulmões enriquecem o sangue com oxigênio e Chi, e ao mesmo tempo resfriam o organismo, porque o ar oxigenado que entra nos pulmões é muito mais frio que o ar que sai (composto predominan­temente por dióxido de carbono). Assim, na medicina chinesa, o san­gue recém oxigenado das artérias é mais frio que o sangue desoxigenado das veias, pois o sangue venoso também funciona como um dissipador do calor proveniente da combustão celular. Se a função resfriadora do pulmão for enfraquecida, o orga­nismo poderá ficar facilmente superaquecido.

Dirigem o fluxo do Chi. De acordo com a medicina chinesa, o Chi pulmonar é o maior responsável pelo enriquecimento e resfriamento do sangue, porque é a sua força ativa que movimenta o sangue por todo o corpo. Essa relação entre o Chi e o sangue indica a estreita relação entre os pulmões e o coração. Quando existe falta de Chi pulmonar ocorre a estagnação da circulação sangüínea; e quando existe deficiência de Chi pulmonar, não há força suficiente para impulsionar o sangue, e, dessa forma, o coração tem de trabalhar mais para enviar sangue para todo o corpo. Sem a função de resfriamento dos pulmões, o coração fica superaquecido e os músculos cardía­cos podem ficar lesados.

Trabalhos estressantes ou uma súbita explosão de atividades de alto impacto vão sobrecarregar o coração e superaquecê-lo. De acordo com a medicina chinesa, exercício físico em excesso, sobretudo se for feito de forma incorreta, superaquece o coração, podendo, na verdade, lesar os músculos cardía­cos. No caso dos “atletas de fim de semana” e sua maratona de jogging, é bom esclarecer que correr é bom quando o corpo está condiciona­do, mas se os pulmões não tiverem capacidade para respirar plenamente o coração ficará superaquecido. Quando os pulmões estão enfraquecidos e não conseguem absorver uma quantidade suficiente de oxigênio e Chi, o coração tem de bater mais rápido para compensar a falta de Chi.

2 – Função protetora, ou resposta imunológica. Ele cumpre o papel de guardião e protetor contra infecções e invasões de patógenos oriundos do meio ambiente. No modelo da medicina chinesa, os pulmões são re­presentados como um guarda-chuva que protege todos os órgãos situados embai­xo dele. Segundo esse modelo, os pulmões geram o Chi imunológico, ou o Chi de defesa, e o fazem circular na parte externa do corpo, a pele e um pouco acima. Esse Chi protetor serve para combater e destruir infecções, que é uma das propriedades principais da pele. A pele é o órgão com o qual a maior parte dos patógenos entra em contato primei­ro; ela é a primeira barreira entre o ser humano e o meio ambiente. Portanto, os pulmões e a pele estão estreitamente relacionados. Ambos participam ativamente da interação entre o ambiente externo e o ambiente interno. A pele é a nossa barreira externa, e os pulmões são as nossas barreiras internas entre o mundo exte­rior e o mundo interior das nossas células. No interior dos tecidos dos lobos pul­monares, além da rica rede de capilares sangüíneos, há também uma densa rede de vasos linfáticos. Esses vasos se tornam sentinelas contra corpos estranhos proveni­entes do ar. Portanto, quando os fumantes lesam os próprios pulmões ao inalar gases nocivos e partículas carcinogênicas, eles reduzem tanto a sua capacidade respiratória quanto a resposta imunológica dos pulmões.

Quando os pulmões estão saudáveis, a pele fica brilhante. Quando estão do­entes, a pele fica pálida, acinzentada. Na medicina chinesa, muitas doenças de pele são atribuídas à fraqueza dos pulmões e de suas funções. Se você trabalha ou mora num ambiente fechado sem ventilação adequada, logo terá pro­blemas de pulmão. Observe os funcionários de escritórios que trabalham em cubí­culos e não tomam ar fresco. No final do dia, estão com a pele acinzentada e manchada. Em contrapartida, veja os trabalhadores rurais a pele deles está brilhante, parecendo repleta de Chi. É realmente impressionante. E isso vai acontecer com você também. Se você passar uma semana em contato com o ar do campo, vai notar uma melho­ra na sua cútis, não apenas porque o ar é bom para a pele, mas também porque é bom para os pulmões.

O revigoramento da pele vai ajudar a respiração. Um exemplo disso é a técnica usada pela medicina chinesa para tratar problemas de pulmões, cha­mada gwa sa, que significa “raspar com areia”. O medico chinês passa óleo proprio nas costas e no peito do paciente e faz uma fricção vigorosa com uma colher lisa de cerâmica. Essa fricção pode aliviar problemas pulmonares, como asma ou tosses crônicas. Esse tratamento costuma ser empregado em crianças chinesas com pro­blemas respiratórios.

De uma maneira simples você pode escovar todo o corpo com uma escova de cabelos de cerdas naturais. Isso vai ajudar a revigorar os pulmões. Além disso, não recomendo o uso de roupas feitas de tecido sintético, que impedem a pele de respirar. Vista roupas de fibras naturais. O influxo de ar pode melhorar a saúde da pele, dos pulmões e a respiração.

3 – A terceira função dos pulmões é gerar uma força descendente. Um dos principais objetivos dessa força descendente exercida pelo pulmão é a eliminação de produtos residuais. Quando os pulmões estão debilitados em de­corrência de uma infecção ou de outro quadro clínico, a força descendente fica fraca demais para empurrar os produtos residuais do intestino grosso para o cólon, acarretando prisão de ventre e acúmulo de toxicidade no organismo. De acordo com a medicina chinesa, a prisão de ventre pode ser causada pelo enfraquecimento da função descendente do pulmão. Para aliviar uma prisão de ven­tre crônica, muitos médicos chineses prescrevem plantas medicinais que fortale­cem o pulmão, uma vez que a prisão de ventre será eliminada quando esse órgão estiver forte. Uma pessoa com prisão de ventre provavelmente não tem uma respiração muito profunda. Obviamente, nem todo mundo com respiração superficial tem prisão de ventre. Idosos e crianças pequenas muitas vezes têm prisão de ventre crônica, porque seus pulmões são naturalmente fracos.

Sintomas de tosse e falta de ar também podem ser conseqüência de força pulmonar descendente insuficiente. Em ambos os casos, a força descendente está sendo neutralizada pela força ascendente da doença. Observe que tanto na asma como na tosse, a expulsão do ar é superficial e para cima.

Trabalhar com essa força descendente é importantíssimo na prática do som de harmonização XI. Para compreender a razão disso, pense em como o som de XI é sobretudo um som sibilante. O som sibi­lante de XI é um modo primordial de levar energia para baixo, e isso ajuda a direção descendente da força exercida pelo pulmão.

Os antigos mestres chineses também tinham consciência de que o som de XI era um som outonal. É o som da energia em queda, das folhas que caem. Se você ficar em silêncio na floresta durante o outono, vai ouvir um “hsss, hsss”, que é o som de folhas caindo no chão, e uma leve melancolia vai se infiltrar no seu espíri­to. Talvez seja por isso que outono [em inglês] chama-se fall [queda].

Portanto, os pulmões gostam que as coisas sejam levadas para baixo, e o objetivo do som de harmonização do pulmão é reforçar essa função descendente. É por causa da energia descendente do pulmão que em toda respiração do Chi Kung os praticantes são estimulados a respirar para baixo, na direção da sola dos pés. Assim, a respira­ção fica em harmonia com o fluxo descendente do Chi pulmonar. Por outro lado, se por alguma estranha razão você quiser criar uma prática anti Chi Kung, simplesmen­te instrua um aluno a respirar para cima na direção da cabeça. Você pode chamar isso de um tipo de “Chi Kung sombrio”, porque aposto que esse praticante vai acabar ficando doente.

Pratique sempre com uma respiração longa e profunda. Dessa forma, o Chi Kung reforça o fluxo descendente natural dos pulmões e permite que eles fiquem livres de resíduos e infecções. Quando os pulmões estão limpos, suas funções enriquecedoras e refrescantes podem trabalhar de forma adequada para nos suprir com sangue rico, fresco e oxigenado.

– Instruções para o som de harmonização do pulmão: XI

Componente do som                  

Consoante: O X atua no sentido de resfriar os pulmões. O som da consoante é parecido com o apito de uma chaleira. Essa consoante ajuda a liberar o excesso de calor.

Vogal: A voga I Item som de zeee, semelhante ao  zumbido de uma abelha. Esse som ajuda a fortalecer o pulmão.

Som sub vocálico de sopro: Has Hsss um som não-vocálico semelhante ao  canto do grilo. O som de Xi vai  diminuindo de intensidade no final da  respiração. Esse som nutre o órgão.

Componentes da respiração               

Língua: A ponta da língua deve ser mantida levemente entre os dentes.

Formato da boca: Os lábios se retraem delicadamente para os  lados, expondo os dentes.

– Instruções para o som vocálico de harmonização do pulmão

Postura: Em pé, pernas afastadas, medida da largura do ombro, coluna reta, braços fechados ao longo do corpo e mãos sobre o peito, olhos fechados. Inale profunda e len­tamente pelas narinas e exale o som. Repita nove vezes. Por últi­mo massageie os dedos indicadores das mãos como nas respirações anteriores.

No som de harmonização de XI, é importante manter os componentes da respiração naturalmente relaxados – sobretudo o diafragma, que como você se lembra é como uma tira de borracha. Durante a inspiração ele desce, permitindo a expan­são dos pulmões. Durante a expiração ele se retrai como uma tira de borracha, subindo sob as costelas e expelindo o ar dos pulmões. O aspecto mais importante de uma expiração completa é que ela permite que o diafragma expulse a maior quantidade de ar possível dos alvéolos pulmonares. Lembre-se também da posição da língua – você deve colocar a ponta da língua entre os dentes, mas não morde-­la. Por fim, retraia os lábios como se estivesse sibilando, e relaxe e abra a garganta e a laringe.

O som de harmonização Xi tem três componentes:

• Têm a consoante x, com um som parecido com o apito de uma chaleira. Essa consoante ajuda a liberar o excesso de calor.

• Tem a vogal i, de som bem anasalado e que, na verdade, se parece mais com zeee. Esse som ajuda a fortalecer o pulmão.

• Por fim, há o som subvocálico de sopro, que é um som sibilante silencioso de hsss. É quase como o apito suave da chaleira ao soltar o vapor. É um som sibilante bem suave, feito sem nenhuma malícia. Esse som nutre o órgão.

Exercitar o som de harmonização é como fazer um sanduíche de três camadas. A cama­da de cima é a consoante, a camada do meio é a vogal e a camada de baixo é o som de sopro. É importante incluir os três aspectos do som de harmonização.

Tente fazer o som de XI agora. Sente-se ou fique em pé, mas confortavelmen­te. Deixe o corpo em repouso, mantendo todo o tronco relaxado, do abdome até a garganta. Coloque a ponta da língua entre os dentes. Quanto ao timbre, seja natural. As mulheres podem alcançar um timbre mais alto, e os homens podem alcançar um timbre mais baixo. Repita o som nove vezes.

RINS: FOGO E ÁGUA

         O Rim é um órgão atípico. É o único órgão na medicina chinesa que apresenta tanto as características da água quanto as do fogo. Enquanto os outros órgãos só têm um elemento (o coração é fogo, calor; os pulmões são metal, resfriamento), nos rins, a água e o fogo se misturam.

         Quando os médicos chineses se referem ao rim, eles se referem também as glândulas supra-renais, situadas logo acima desse órgão. Se você já comeu rins de frango, deve ter notado aquelas pequenas áreas que parecem pedaços de gordura. São as glândulas supra-renais. Os rins, na verdade, são um órgão com dois sistemas deferentes: o rim propriamente dito, que é aquoso, e a glândula supra-renal sobrejacente que é ardente.

De acordo com a medicina chinesa, os rins servem como baterias recarregáveis para o organismo. Quando nascemos, elas vem com uma carga completa (energia ancestral), e à medida que envelhecemos, elas vão descarregando. Embora possam ser recarregadas, essa recarga é apenas parcial. Elas só recarregam até certo ponto antes de perderem a vida útil. Para a medicina chinesa os rins são dotados de força de vida pré-natal. Essa força começa a se degenerar partir do nascimento, levando ao envelhecimento e, no final à morte. É por isso que os médicos chineses dão tanta atenção aos rins. Ji san é uma famosa expressão chinesa que descreve alguém que dá valor à vida. Numa tradução literal, ji significa conhecer e san significa rim; portanto, dar valor a vida é conhecer os rins, porque eles são a bateria, o reservatório da vida.

Na medicina chinesa, todos os líquidos essenciais, o sangue, o fluido sexual, a saliva, a medula óssea e o líquido cefalorraquidiano, são gerados e controlados pelos rins, que atua como um reservatório, que distribui os fluxos para cultivar e nutrir todo o corpo. Por exemplo, o sangue, que banha todas as partes do corpo, sai do reservatório do rim para alimentar o coração. Pode parecer engraçado pensar que o coração precisa dos nutrientes do sangue, mas é exatamente por isso que as pessoas têm infarto: elas não têm suprimento sangüíneo suficiente para irrigar os músculos cardíacos, porque suas artérias coronárias estão entupidas. Desse reservatório também há um efluxo do que a medicina chinesa denomina fluidos seminais ou ovarianos para nutrir os órgãos de reprodução.

No caso das mulheres, os rins desempenham vários papéis. Eles estão envolvidos no ciclo menstrual, pois regulam o fluxo cíclico de sangue, e, portanto, são responsáveis por qualquer doença ou distúrbio menstrual. Quando as meninas ficam menstruadas pela primeira vez, seus rins desabrocham. A energia faz com que eles se abram. Quando isso acontece, a pele fica bastante brilhante e úmida, como uma laranja inflada e madura pendurada na laranjeira, pronta para ser co­lhida. Isso acontece porque o Chi renal irriga esse órgão com o fluido da reprodução sexual. À medida que a mulher fica mais velha, seus rins começam a ficar secos, e quando ela atinge a idade de quarenta e nove anos, o fluido reprodutivo do rim se esgota e ela entra na menopausa. No caso dos homens, isso acontece aos cinqüenta e seis anos, quando a potência e o desejo sexual, bem como os níveis hormonais, começam a entrar em declínio, como na menopausa feminina.

O rim também é responsável pela produção e conservação da saúde da medula óssea e do líquido cefalorraquidiano (LCR). A medula óssea nutre os ossos e tam­bém participa da produção de sangue. O rim tem um canal direto com o cérebro. Portanto, quando o liquido cerebral seca, advém a senilidade ou o desenvolvimento de doenças como Parkinson ou Alzheimer. Quando esse liquido acaba, o cérebro começa a se degenerar. Esse é o aspecto aquoso do rim, que flui lenta e gradualmente, deslocando-se como a maré, de acordo com o ciclo lunar.

Vamos analisar agora o outro aspecto do rim, o aspecto ardente. Em primeiro lugar, o rim é considerado a origem do triplo aquecedor, cuja função consiste em aquecer as três principais partes do corpo. Nesse ponto há um pequeno cenário para ilustrar a parte ardente do rim: meio milhão de anos atrás, um homem das cavernas sai de manhãzinha, ainda meio adormecido, em busca do café da manhã. De repente, um tigre-de-dentes-de-sabre salta diante dele. Instantaneamente, o homem das cavernas desperta, solta um grito e se desvia, escapando do animal.

O que permitiu que o homem da caverna despertasse com tanta rapidez foi o rim ou, mais especificamente, a glândula supra-renal, localizada sobre esse órgão. Quando ela reage a uma ameaça ou a um stress, secreta adrenalina, e a resposta é imediata. Esse é o aspecto ardente do rim, uma vez que o fogo age com bastante rapidez. Por esse motivo, o rim é extremamente suscetível ao stress imediato. O efeito do stress no rim é detectado na hora. Infelizmente, como o rim dele tinha sido submetido a um grande stress, o homem da caverna levou bastante tempo para se acalmar – ele ficou em estado de alerta, pronto para correr ou lutar pela própria vida.

Hoje em dia, usamos stress artificial para estimular o rim. Por exemplo, os habitantes de regiões setentrionais, onde o inverno é longo e escuro, bebem um número muito maior de xícaras de café por dia do que os habitantes dos trópicos. Algumas pessoas bebem doze xícaras de café por dia para se estimular. A estimulação constante do rim faz a sua chama aumentar para um nível muito alto. Aparente­mente essas pessoas estão bem, são vivas e falam pelos cotovelos. E então o que acontece? Elas podem apresentar fadiga crônica, entrar em depressão profunda e fazer coisas como atirar-se da montanha com uma moto. De acordo com a medicina chinesa, períodos longos de stress sem nenhuma trégua podem causar depressão profunda e até mesmo levar ao suicídio.

Outra função do fogo do rim é monitorar a taxa metabólica do organismo. Quando temos mais tarefas a desempenhar, ele aumenta um pouco a chama. Quando somos jovens, a nossa taxa metabólica é mais elevada e, portanto, pode­mos comer bastante e manter o peso. Mas à medida que ficamos mais velhos, a taxa metabólica fica mais lenta. O fogo já não é tão forte, mas continuamos a alimentá-lo com o mesmo tipo de combustível. Então a chama fica fraca, e o metabolismo não consegue mais digerir totalmente os alimentos, criando muitos resíduos no organismo. É isso o que acontece com os esportistas profissionais. Mesmo depois de pararem suas competiçoes, eles continuam a comer como se ainda fossem esportistas. Mas como a taxa metabólica não é mais tão alta como na época em que estavam na ativa, eles engordam bastante.

Como é que o stress afeta o rim? Bem, eis aqui um exemplo: um corretor da bolsa de valores trabalha duro o dia todo, e, para relaxar, depois do trabalho vai a uma academia de ginástica fazer exercícios aeróbicos de alto impacto. Segundo a medicina chinesa, isso não funciona, porque ele está gastando energia demais: na verdade, está estressando ainda mais o corpo. Então, um dia ele não tem ânimo para se levantar e entra em colapso mental. Em algumas experiências realizadas com animais submetidos a estresses repetidos, a secção posterior dos rins revelou a presença de hemorragia interna.

Portanto, reduzir o stress significa não estressar ainda mais o corpo. Se você quiser que os rins permaneçam abertos e não sejam obstruídos, exercite o som de harmonização CHU do rim, que atua usando vibrações bastante sutis para harmonização o órgão. Isso é conseguido tocando-se de leve os molares durante a emissão do som de harmonização, pois isso faz os ossos vibrarem. E como os rins são responsáveis pelo crescimento ósseo, ele limpa a medula óssea e ainda elimina qualquer congestionamento renal.

Segundo os antigos mestres chineses, a rota para a saúde reside no simbolismo da água em cima e do fogo embaixo. O som de harmonização específico que eles escolhe­ram, CHU, expressa tanto a qualidade ardente do rim (que é ch, o som sibilante) quanto o som aquoso da água subterrânea (o gorgolejante u).

A cada passo que você der, caminhe de forma bastante consciente, para não espirrar a água do rim e apagar a chama. O inverso também é verdadeiro: não tenha uma vida tão estimulante a ponto de aumentar a chama e secar o pote.

– Instruções para o som de harmonização do rim: CHU

Componente do som                   

Consoante: O Ch atua no sentido de liberar stress /  calor dos rins.

Vogal: A vogal u combinada com a consoante  acima é como o som de um trem “choo-choo”. Serve para fortalecer os rins.

Som sub vocálico de sopro: Sch Sch é um som não-vocálico parecido com o sopro suave do vento. O som de CHU vai diminuindo de intensidade ao final da respiração. Ao emitir o som você está abrindo a sua traqueia. Isso é relaxante e nutre o órgão.

Componentes da respiração               

Língua: A ponta da língua se enrola e retrai ligeiramente para a parte posterior da boca.

Dentes: Os molares se tocam de leve, como se estivessem prendendo um chiclete macio. Os dentes devem vibrar durante o som de harmonização.

Formato da boca: Os lábios ficam levemente franzidos e arredondados.

– Instruções para o som vocálico de harmonização do rim

Postura corporal: fique em pé, com as pernas afastadas na pos­tura do cavaleiro, joelhos semiflexionados. Segure os joe­lhos com as mãos entrelaçadas. Olhe fixamente para o chão, num ponto em frente. Inale lentamente e exale emitindo o som. Visualize que você está expelindo a impureza dos rins. Repita nove vezes e depois massageie os dedos minimos  .

O som de harmonização Chu é composto de três partes: a primeira é a consoante, o ch firme. A função da consoante é liberar o calor excessivo e, no caso do rim, o stress.

A segunda parte do som de harmonização Chu é a vogal u. Para emitir esse som corretamente é preciso encostar de leve os molares, como se você estivesse prendendo uma lâmina finíssima de ouro entre os dentes, mas sem quebrá-la. Ou então fingir que está prendendo um pedacinho de chiclete entre os molares e pronunciar u. Retraia a língua quando pronunciar essa vogal. Trata-se de um tipo de rosnar gutural, e serve para fortalecer os rins.

Por fim, a terceira parte do som de curo é o som subvocálico soprado. Esse som é com sch. É quase inaudível, por esse motivo é chamado de subvocálico. Nunca vá a apresentação de um coro subvocal, pois você não vai ouvir nada! Ao emitir o som subvocal,você está abrindo a sua traquéia. Isso é bastante relaxante e reconfortante, e nutre o órgão.

Agora exercite o som. Encoste os molares de leve, sem fazer força, para que possa vibrar os dentes. Quanto à língua, deixe  a ponta retrair o máximo que puder. Em seguida, pronuncie suavemente CHU. Em geral, as mulheres têm um timbre mais alto e os homens, um timbre mais baixo. Descubra o timbre com o qual se sente mais confortável e, então, sinta a vibração em todo o maxilar. O segredo é fazer o osso vibrar. Repita, e dessa vez você poderá encurvar ligeira­mente a parte mediana das costas para fazer vibrar o rim.

TRIPLO AQUECEDOR: A FORNALHA ORGANICA

Para compreender as funções do triplo aquecedor, podemos usar a analogia de um velho prédio de três andares. Nesse modelo, o triplo aquecedor re­presenta tanto os elementos estruturais que separam cada pavimento quanto o sistema composto pelo aquecedor de água e o radiador que liga os três pavimen­tos. Logo, uma das principais funções do triplo aquecedor é distribuir e regular o calor no edifício. Às vezes o radiador também pode ser usado para se estabelecer uma comunicação com os vizinhos – por exemplo, quando eles estão tocando música heavy-metal no maior volume. Batendo-se de leve no radiador com um bastão, o som chega ao andar de cima. Assim, o triplo aquecedor também serve como um meio de comunicação entre os três pavimentos.

Quais são os três andares? O andar superior corresponde ao aquecedor superi­or, que serve como agente de aquecimento e comunicação dos pulmões e do cora­ção – o sistema cardiopulmonar. O segundo andar corresponde ao aquecedor intermediário, que serve como agente de aquecimento e comunicação do baço e do estômago. O andar térreo representa o aquecedor inferior, que serve como agente de aquecimento e comunicação dos rins, do fígado e dos órgãos reprodurores. Os dutos e meridianos, vias energéticas que conectam os três aquecedores, percorrem os três andares. Para que o triplo aquecedor funcione de forma apropriada, esses dutos e meridianos devem permanecer abertos. Qualquer bloqueio no sistema de conexão vai enfraquecer a resposta imunológica.

Num prédio velho, às vezes no meio do inverno a água quente não consegue atingir o andar superior – os dois primeiros andares são agradáveis e aquecidos, mas o terceiro andar geralmente é frio. Da mesma forma, quando a energia do triplo aquecedor não é suficiente para atingir o andar superior, a pessoa fica com as mãos e os pés frios. A energia do triplo aquecedor não é forte o bastante para transportar o calor do centro do corpo para as extremidades dos dedos das mãos e dos pés. Portanto, o nome “triplo aquecedor” é bastante apropriado – é uma forma de aquecer o corpo. A saúde é quente e suave; a doença é fria e rija.

Obviamente, se os radiadores estiverem superativos, o corpo vai ficar supera­quecido. É como se a caldeira no subsolo estivesse prestes a explodir, obrigando você a correr escada abaixo e liberar depressa o vapor. Do mesmo modo, quando alguém está excessivamente quente, seja por hiperatividade, doença, stress ou ingestão de psicotrópicos, o corpo, as mãos e os pés começam a ficar suados e aquecidos demais. Esses sintomas são conseqüência de um triplo aquecedor hiperativo e superestimulado. O som de harmonização HEY serve como uma forma de eliminar esse vapor.        

Na medicina chinesa, o diagnóstico do triplo aquecedor usa a analogia simples de radiadores num edifício. Se o radiador no andar superior co­meçar a vazar, o vazamento vai escorrer para o segundo andar. Em outras palavras, se o sistema respiratório (o andar superior) tiver uma infecção não tratada, a fleu­ma infectada vai vazar para o segundo andar, para o sistema digestivo, que ficará inchado e bloqueado.

O que acontece quando a infecção do sistema digestivo não pode ser detida? Nesse caso, assim como acontece quando um vazamento não é vedado, a doença continua a descer para o andar seguinte. Então, o morador do primeiro andar diz: “Ei, veja, tem uma goteira no teto.” Quando a infecção do andar superior atinge o andar térreo (os rins e o fígado), significa que a doença evoluiu para um estágio gravíssimo. Os rins e o fígado são os dois órgãos mais vulneráveis do corpo huma­no. Esse é o estágio final de uma infecção grave, e nesse ponto o paciente costuma apresentar sinais de grande fraqueza.

Eis a evolução da infecção em termos dos três elementos do triplo aquecedor. Quando a infecção ocorre no aquecedor superior, a temperatura do corpo pode ficar relativamente elevada. Quando a doença passa para o aquecedor intermediá­rio, o sistema digestivo, a temperatura do corpo fica ainda mais elevada, atingindo o pico de febre. Mas quando a infecção atinge o andar térreo, acometendo mais profundamente os rins e o fígado, na verdade a temperatura cai. Essa queda de temperatura é um sinal perigoso. O corpo foi “consumido” e esgotou toda a sua energia imunológica. Não resta mais nada para combater a infecção.

Nos casos mais brandos, quando os rins e o fígado são acometidos por uma infecção leve porém renitente, o paciente pode ter síndrome de fadiga crônica, está sempre cansado. Pode ocorrer também surtos de agudização, mas esses surtos não costumam ser suficientemente quentes para suscitar uma resposta imunológica capaz de eliminar a infecção. Portanto, de acordo com a medicina chinesa, fadiga crônica é uma síndrome na qual a infecção atingiu os três aquece­dores, de cima abaixo. O sistema imunológico não tem força suficiente para erradicar a infecção e, consequentemente, os pacientes com síndrome de fadiga crônica continuam a apresentar febrícula e flutuações anormais da temperatura corporal.

Com base nesse princípio diagnóstico, se um paciente consultar um médico chinês queixando-se de sintomas associados com infecção do trato urinário, o médico vai perguntar se ele teve algum problema respiratório nos últimos meses (geralmente a resposta é afirmativa). A pergunta seguinte é se o paciente tratou da infecção de forma apropriada (geralmente a resposta é negativa) e, por fim, como tem sido a sua digestão nos últimos meses (geralmente não é boa). Então o médico chinês vai verificar se a infecção desceu do sistema respiratório pelo sistema diges­tivo e se instalou no sistema urinário.   

Portanto, voltando ao nosso modelo do edifício, o que um bom encanador faz quando há um vazamento do andar térreo? Um encanador experiente não faz apenas um remendo no teto, como se aquela fosse a verdadeira origem do vaza­mento. Em vez disso, primeiro ele enxuga a umidade – no caso de infecção no trato urinário, isso equivale a harmonizaçãor a infecção. Depois disso, vai para o andar superior, o aquecedor superior, para detectar e vedar a verdadeira origem do vazamento. Assim, um bom médico chinês prescreve plantas medicinais para harmonizaçãor tanto o aquecedor superior quanto o inferior, os sistemas urinário e respiratório. Em contrapartida, se o paciente receber apenas doses repetidas de antibióticos para tratar a infecção urinária, a infecção pode desaparecer, mas mais tarde vai voltar. Lembre-se de que, no tratamento de qualquer doença, os três “andares” do triplo aquecedor devem ser levados em consideração. Quando se trata apenas os sintomas de uma infecção ou doença, a única coisa que se consegue é um alívio temporário. Portanto, os efeitos DE harmonização da medicina chinesa e do chi kug devem-se ao tratamento do corpo como um sistema completo: mente e corpo.

Os pesquisadores descobriram que o triplo aquecedor apresenta diversas semelhanças com o sistema linfático. As localizações clássicas dos três aquecedores são a virilha, o diafragma e a parte superior do tórax, perto do coração. Isso corresponde aos principais locais de concentração de linfonodos no corpo huma­no. Além disso, determinou-se que os linfonodos estão interligados com os neurônios, o que pode indicar que eles têm “inteligência” própria. Essa pesquisa sobre a conexão entre o sistema imunológico e a mente é fascinante. Ela foi aborda­da no documentário Healing and the Mind exibido no canal de TV americano PBS.

Pesquisadores modernos descobriram também que a risada ajuda a harmonizaçãor do­enças. Como? O que acontece quando uma pessoa ri ou exercita o som de HEY? Relatos preliminares mostraram que a gargalhada libera endorfinas, hormônio benéfico para o organismo. Curiosamente, o som de harmonização do triplo aquecedor usa o som da risada, HEY (No Ocidente o som da risada é ho, mas, na China, hey é mais usado.) Quando se pratica o som de harmonização HEY, uma sensação avassaladora de alegria gera um calor positivo que se difunde para todo o corpo. Pode ser que esse calor transporte uma mensagem profunda para o triplo aquecedor, o sistema linfático: “A vida é boa, é bom viver.” Os taoístas acreditam na existência de uma força de harmonização espontânea à espera de ser ativada. Uma simples risada pode servir como fagulha para ativar os poderes da harmonização espontânea.

Se você conseguir rir diante de uma doença grave, Se conseguir olhar além da terra, para o cosmo,

Se ouvir atentamente, mesmo no maior dos sofrimentos,

Como fez Milarepa, você perceberá que o universo também está rindo.

– Instruções para o som de harmonização do triplo aquecedor: HEY

Componente do som          o

Consoante: O h atua no sentido de liberar stress, estagnação e                                                  fleuma do sistema linfático.

Vogal: O som da longa vogal E combinada com a consoante acima é parecido com o som de ração de cavalo, feno.

Som subvocálico de sopro: O he é um som não-vocálico, como um leve sopro do vento. O som de HEY vai diminuindo de intensidade no final da respiração.

Componentes da respiração       Específicos

Língua: A língua se achata para os lados, com a ponta  flutuando livremente.

Formato da boca: Os lábios se retraem como num sorriso largo.

O som do triplo aquecedor é HEY Assim como todos os sons de harmonização, ele se divide em três componentes:

• Um som consonantal, h.

• Um som vocálico, um longo e.

• Um som subvocálico de sopro, he – uma espécie de suspiro, como o som emitido por alguém com febre alta para liberar o excesso de calor.

Ao exercitar o som, é importante que você mantenha a boca aberta e a língua abaixada, com a parte central mal tocando o céu da boca. É como se você tivesse uma bala na boca e não quisesse engolir, mas, ao mesmo tempo, quisesse dizer: “Hey, esse táxi é meu.” Então você prende a bala na boca com a língua.

Não se esqueça de que a parte externa da boca exibe um sorriso tolo, como o do Buda Risonho, Maitreya.

Deixe o som ressoar na cavidade torácica, atrás do esterno (osso do peito), fazendo esse osso vibrar.

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