Programa 11-09-23 – Tarot – Historia e Taros

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O QUE É UM ORACULO e O TAROT?

O estudo das ciências ocultas e do esoterismo, de uma forma geral, leva ao autoconhecimento. Quem pesquisa o assunto tem grandes chances de entender a  vida humana e espiritual, mas observe: isso se dá por meio de seu estudo.

Quem estuda o tarot ou qualquer outro sistema, em sua estrutura e simbologia, tende a se auto conhecer e a descobrir novos horizontes pessoais. Porém, toda consulta oracular (jogos, mapas) apenas orienta sobre uma direção pessoal e/ou esclarece o momento de vida.

Embora todos os oráculos levem ao autoconhecimento, no aspecto da consulta eles se subdividem e se qualificam para determinadas áreas da vida. É comum pensar que uma leitura de tarot responderá a tudo e que todos os outros funcionarão para qualquer coisa… ERRADO! Cada oráculo tem seu campo de atuação, e sob um aspecto generalizado podemos fazer a seguinte classificação:

1) SER (Energia Ancestral) – Os oráculos deste conjunto analisam a tendência da vida sem considerar o livre-arbítrio; expressam a potencialidade dos eventos, mas não determinam qual a reação do indivíduo perante o fato em si – astrologia, numerologia, quiromancia, fisiognomonia. Qual a tendência de ter filhos? Qual melhor período para se casar? Quando encontrarei a luz espiritual? Qual minha aptidão profissional? Estas são perguntas mais bem respondidas pelos oráculos do SER – situações abstratas e subjetivas no tempo-espaço.

2) ESTAR (Energia Adquirida)Os oráculos deste outro conjunto analisam a condição humana sem levar em conta a tendência da vida; expressam a potencialidade dos eventos levando em consideração o estado do indivíduo perante o fato em si – tarot, cartas ciganas, I-Ching, runa, geomancia. Vou comprar o carro este ano? Vou namorar o João? A religião que professo é meu caminho? Vou ter um filho no próximo ano? Estas são perguntas mais bem respondidas pelos oráculos do ESTAR 0 – situações objetivas e definidas na alma humana.

Os 22 arcanos maiores compreendem 21 cartas numeradas e mais uma carta sem numeração. Os arcanos têm nomes distintos uns dos outros e funções diferentes. Seu conjunto é estruturado com símbolos evolutivos, caracterizando-se pela complexidade ornamental. Os arcanos principais se reportam à mente abstrata, ao mundo subjetivo e se relacionam com a formação da VIDA, a energia ou o potencial de uma situação – é como se tivéssemos o mapa de uma cidade à mão buscando um endereço, como se pensássemos em comprar um carro. Há sempre uma tendência generalizada nesses arcanos.

Os 56 arcanos menores compreendem quatro conjuntos – ouros, espadas, copas, paus – que denominamos naipes. Cada naipe contém 14 cartas: dez cartas numeradas (1 a 10) e quatro cartas da corte (pajem, cavaleiro, rainha, rei). Seu conjunto é estruturado com símbolos sinalizadores, caracterizando-se pela simplicidade ornamental. Os arcanos auxiliares se lançam à mente racional, ao mundo do objeto e se relacionam com a manifestação da FORMA (da VIDA), a realização do potencial – é como se estivéssemos andando nas ruas que vimos no mapa da cidade, como se estivéssemos dirigindo o carro que compramos. Há sempre uma projeção efetiva nesses arcanos.

HISTORIA

A palavra tarô na língua portuguesa (ou em outras línguas: tarot, tarock, tarok, tarocco, tarocchi etc.) não possui uma tradução específica — ninguém sabe ao certo sua real etimologia. Acredita-se que ele possa vir da palavra árabe turuq, que significa “quatro caminhos”, ou talvez do árabe tarach, que significa “rejeito”. Segundo a etimologia francesa, tarot é um empréstimo do italiano tarocco, derivado de tara, “perda de valor que sofre uma mercadoria; dedução, ação de deduzir”.

A origem do tarot permanece na obscuridade. As civilizações egípcia, chinesa, indiana e hebraica, entre outras, foram indicadas como as que teriam, em tempos remotos, concebido algo que viria a se transformar no tarot como um legado divino.

Há os que situam sua criação na Europa medieval, com o intuito de servir de diversão à corte real.

Entretanto não se sabe ao certo de onde veio ou, exatamente, o porquê de sua invenção. Um fato é que os mais antigos tarots e documentos referentes a ele datam do final do século XIV.

Não há nenhum registro, pintura, literatura ou qualquer coisa que se assemelhe ao tarot ou a jogos de carta em geral, muito anterior à época da Renascença.

Os jogos de cartas entraram na Europa no final do século XIV, com os mamelucos da Pérsia cujos jogos tinham naipes muito semelhantes aos naipes latinos italianos e espanhóis: espadas, bastões, copas e ouros (moedas).

Embora haja um número significativo de hipóteses para a origem do tarot, as evidências atualmente mostram que os primeiros baralhos foram criados entre 1410 e 1430 em Milão, Ferrara ou Bolonha, no norte da Itália, onde cartas de trunfo foram adicionadas aos já existentes baralhos de naipe. Esses novos baralhos foram chamados de carte da trionfi, cartas de triunfo, e as cartas adicionais simplesmente de trionfi, termo que originou a palavra “trunfo” em português. A primeira evidência literária da existência das carte da trionfi foi um registro escrito nos autos da corte de Ferrara, em 1442. As mais antigas cartas de tarot existentes são de quinze baralhos incompletos pintados em meados do século XV para a família governante de Milão, os Visconti Sforza.

Entre o final do século XIV até meados do século XVII o número de cartas do tarot variou de 37 a 97. A partir do final do século XVII o tarot passou a conter 78 cartas, com numeração e nominação específicas.

Durante aproximadamente quinhentos anos  esteve nos países da Europa, chegou à América do Norte no final do século XIX e à América do Sul no inicio do século XX.

Do final do século XIV até 1450 os nomes das cartas e do próprio tarot eram diversos: os naibis do ludus cartarum ou os naibis do tarocco ou, simplesmente, as cartas dos naibis ou as cartas do tarocco; entre 1450 e 1850, dependendo da região, se dizia: os trunfos do tarocco, os trunfos do tarot ou os trunfos do tarok. Finalmente, a partir de 1850, as unidades passaram a ser denominadas arcanos, palavra que significa “mistérios ou segredos a serem desvendados” e foi incorporada pelos ocultistas do século XIX.

Os motivos especiais das cartas de trunfo (arcanos maiores), adicionados às cartas de naipe, parecem ter sido ideologicamente determinados. Especula-se que elas tragam um sistema específico que leva mensagens de diferentes conteúdos. Os exemplares mais antigos mostram idéias filosóficas, sociais, poéticas, astronômicas e heráldicas, bem como um grupo de antigos heróis romanos, gregos e babilônicos — como no caso do Tarot Sola-Busca (1491); o sentido geral deste grupo, porém, está ligado a alquimia medieval. Ainda no poema do Matteo Maria Boiardo Capitoli del giuoco dei Tarocchi (entre 1461 e 1494) os 22 trunfos são figuras históricas, literárias, mitológicas ou bíblicas.

Sola Busca

Não há documentos que atestem o uso divinatório do tarot anteriores ao século XVIII, embora se saiba que o uso de cartas semelhantes para tal uso era evidente por volta de 1540. Um livro intitulado Os Oráculos de Francesco Marcolino da Forli apresenta um método divinatório simples usando o naipe de ouros de um baralho comum. Manuscritos de 1735 (O Quadrado dos Setes) e 1750 (Cartomancia Pratesi) documentam o significado rudimentar divinatório das cartas de tarot, bem como um sistema de tirada de cartas. Em 1765, Giacomo Casanova escreveu em seu diário que sua criada russa freqüentemente usava um baralho de jogar para ler a sorte.

Os Oráculos de Francesco Marcolino da Forli

Desde seu aparecimento na Europa, no final do século XIV, até o final do século XVIII, as cartas eram vistas de forma lúdica e mística; nenhum ocultista, que se tenha conhecimento, deu importância ao significado simbólico e oracular até 1775.

Somente a partir do século XIX o tarot começou, definitivamente, a ser estudado pelos grandes ocultistas e, no século XX, por todos os esotéricos e exotéricos.

A primeira grande publicidade acerca do uso divinatório do tarot veio de um ocultista francês chamado Alliette, sob o pseudônimo de “Etteilla” (seu nome ao contrário), que atuou como vidente e cartomante logo depois da Revolução Francesa.

Jean-Baptiste Alliette (1 de março de 1738 – 12 de dezembro de 1791),  ocultista e pesquisador de tarot francês, foi o primeiro a desenvolver um conceito de interpretação para as cartas de tarot e fez uma contribuição significativa para o desenvolvimento esotérico das cartas do mesmo para um grande público (a partir de 1783), e, portanto, o primeiro ocultista de tarot profissional conhecido na história que ganhava a vida com a adivinhação de cartas. 

Etteilla

Etteilla desenhou o primeiro baralho esotérico, adicionando atributos astrológicos e motivos “egípcios” a várias cartas, elementos alterados do Tarot de Marselha, e incluindo textos com significados divinatórios escritos nas cartas.

Etteilla também influenciou a adivinhadora francesa Anne Marie Lenormand que popularizou a divinação durante o reinado de Napoleão I, pela influência que exercia sobre Josefina de Beauharnais, primeira esposa do monarca. Contudo, ela não usava o tarot típico.

Anne Marie Lenormand

Nos anos de 1783–1785, Etteilla publicou sua obra Manière de se récréer avec le jeu de cartes nommées tarots (“Maneira de se recriar com o baralho de cartas chamado tarot”),  que ainda é considerada a obra de referência padrão do Tarot. Etteilla publicou suas idéias sobre as correspondências entre o tarot, a astrologia e os quatro elementos clássicos e os quatro humores e, em 1789, publicou seu próprio baralho de tarot, que, no entanto, diferia significativamente dos tarots clássicos, como o Tarot de Marselha em termos de estrutura e designações de cartas.

Desde então as cartas de tarot são associadas ao misticismo e à magia. O tarot não foi amplamente adotado pelos místicos, ocultistas e sociedades secretas até os séculos XVIII e XIX. A tradição começou em 1781, quando Antoine Court de Gébelin, um clérigo protestante suíço, e também maçom, publicou Le Mond Primitif, um estudo especulativo que incluía o simbolismo religioso e seus remanescentes no mundo moderno.

Antoine Court de Gébelin

De Gébelin primeiro afirmou que o simbolismo do Tarot de Marselha representava os mistérios de Ísis e Thoth. Gébelin também afirmava que o nome “tarot” viria das palavras egípcias tar, significando “rei, real”, e ro, “estrada”, e que por conseguinte o tarot representaria o “caminho real” para a sabedoria. Dizia o autor que os ciganos, que estavam entre os primeiros a usar o tarot para uso divinatório, eram descendentes dos antigos egípcios (daí a semelhança entre as palavras gypsy e Egypt, em inglês, mas isso na verdade é um estereótipo para qualquer tribo nômade), e introduziram as cartas na Europa. De Gébelin escreveu esse tratado antes de Jean-François Champollion ter decifrado os hieróglifos egípcios, ou de fato ter sido descoberta a Pedra de Roseta, e, mais tarde, os egiptólogos não encontraram nada que corroborasse a etimologia fantasiosa de Gébelin. Apesar disso, a identificação do tarot com o “Livro de Thoth” já estava firmemente estabelecidas na prática ocultista e segue como uma lenda urbana até os dias de hoje.

A concepção de que as cartas são um código místico foi mais profundamente desenvolvido por Eliphas Lévi (1810-1875) e foi difundida para o mundo pela Ordem Hermética da Aurora Dourada. Lévi, e não Etteilla, é considerado por alguns o verdadeiro fundador das modernas escolas de Tarot.

Eliphas Lévi

Sua publicação Dogme et Rituel de la Houte Magie (“Dogma e Ritual da Alta Magia”), de 1854, introduziu uma interpretação das cartas que as relacionava com a Cabala Hermética. Enquanto aceitava a origem egípcia do tarot proposta por Court de Gébelin, o autor rejeitava as inovações de Etteilla e seu baralho alterado, e por sua vez delineava um sistema que relacionava o tarot, especialmente o Tarot de Marselha, à Cabala Hermética e aos quatro elementos da alquimia.

O tarot divinatório era cada vez mais popular no Novo Mundo a partir de 1910, com a publicação do Tarot de Rider-Waite (elaborado e executado por dois membros da Aurora Dourada), que substituía a tradicional simplicidade das cartas numeradas de naipe por cenas simbólicas.

Tarot de Rider-Waite

Este baralho também obscureceu as alegorias cristãs do Tarot de Marselha e dos baralhos de Eliphas Lévi mudando alguns atributos (por exemplo trazendo “O Hierofante” no lugar de “O Papa”, e “A Alta Sacerdotisa” no lugar de “A Papisa”). O Tarot Rider-Waite ainda é muito popular no mundo anglófono.

Desde então, um número enorme de baralhos diferentes tem sido criado — alguns tradicionais, outros vastamente diferentes. O uso divinatório do tarot, ou como um compêndio simbológico, inspirou a criação de inúmeros baralhos oraculares. São baralhos para inspiração ou divinação contendo imagens de anjos, fadas, deuses, forças da natureza etc. Embora obviamente influenciados pelo tarot, eles não seguem sua estrutura tradicional: algumas vezes omitem ou trocam alguns dos naipes, outras vezes alteram significativamente o número e a natureza dos arcanos maiores.

Agora isso é algo realmente muito interessante sobre o Taro.

Houve um russo G. O. Mebes (Gregory Ottonovich Mëbes, 1868 (Riga, Letônia) – 1930 (Ust-SysolskRússia)), que foi um líder da Maçonaria russa, bem como do Martinismo e da Rosacruz. Ele também fundou e dirigiu a “Escola Iniciática do Esoterismo Ocidental”. Em sua vida externa, ocupou a posição de professor de francês e de matemática em duas das melhores escolas em São Petersburgo. Ele tinha um bom reconhecimento entre os membros da sociedade, na capital russa. No entanto, muito poucos sabiam de sua Escola. Somente aqueles que foram convidados por ele eram autorizados a entrar em sua escola esotérica.

G. O. Mebes

A Escola tinha uma “círculo externo’, com a presença de todos os seus estudantes, e um grupo interno, formado de acordo com o nível evolutivo dos discípulos, as suas aspirações individuais e capacidades. Em 1912, G. O. Mebes concordou que os seus discípulos publicassem as lições sobre os 22 Arcanos Maiores do Tarô. O livro foi publicado sob o título de Enciclopédia do Ocultismo, pois, segundo ele, os arcanos, são facetas da Verdade, encerrando a gama total de conhecimento sobre o ocultismo ocidental. Os mesmos abrangeriam ainda a totalidade da vida da nossa humanidade atual, decaída. Somente pelo nosso próprio esforço podemos ultrapassar esse círculo limitador e entrar no campo dos Arcanos Menores, regentes da humanidade primordial, não decaída.

Em 1926, devido à imprudência de um dos seus alunos, a Escola e o domicílio de seus membros foram invadidos pela KGB, seus documentos destruídos e aqueles que estavam ligados à Escola foram presos. G. O. Mebes foi deportado para um gulag nas ilhas Solovetsk. Ele morreu alguns anos mais tardeem 1930.

Em 1937, a Enciclopédia foi considerada como um clássico do ocultismo, sendo novamente publicada, desta vez em Xangai.

Antes, na segunda década do século XX, em Tallinn, na Estônia, a teósofa russa Catarina Sreznewska-Zelenzeff, que estava pronta para deixar a Europa e mudar-se para o Brasil, recebeu de sua amiga, Nina Rudnikoff, discípula de G. O. Mebes, um material precioso sobre os Arcanos Menores do Tarô. Nina, escapando da Rússia, salvou todas as suas notas tomadas durante os seus estudos na Escola. Tendo sabido que Catarina ia viajar para o Brasil, Nina lhe deu as notas das lições que havia sido ministradas por Mebes para o círculo interno da Escola. Ela também pediu-lhe para transferir suas notas “a alguém digno”, pedindo-lhe que as levasse com ela e, eventualmente, transferisse o material para outra pessoa “digna” para que as aulas pudessem ser preservadas.

Anos mais tarde, no Brasil, em uma estranha coincidência, Catarina se reuniu com Nadia, viúva de Gabriel Iellatchitch, outro discípulo e amigo de Mebes. Ambas as senhoras, decidiram morar juntas. Logo depois, o irmão de Nadia, Alexandre Nikitin-Nevelskoy, que tinha um profundo conhecimento do esoterismo e também era um seguidor da Escola de Mebes, veio do Chile para viver com elas. Ao colocar suas notas juntas e com a ajuda das duas senhoras, Alexandre restabeleceu o curso dos Arcanos Menores do Tarô em sua totalidade. Deste modo, o desejo de Nina tornou-se realidade, pois o material estava seguro e não apenas transmitido para “alguém digno”, mas também organizado por alguém competente, que pertencia à mesma egrégora. Isso permitiu que a obra fosse traduzida para o português.

Enciclopédia foi traduzida para o português por Marta Pécher, que ficou profundamente impressionada com o conteúdo do livro. Ela também tentou estabelecer contato com velhos discípulos de Mebes, e, finalmente, soube que um dos discípulos diretos morreu no Chile. Com alguma ajuda, ela começou a tradução para o português e publicou o livro, sob o título Os Arcanos Maiores do Tarô. Este livro foi publicado pela Editora Pensamento, no Brasil. Marta Pécher também traduziu o livro Os Arcanos Menores do Tarô.

Tipo de Taro

Em função da simbologia, podemos denominar todos os tarots desenhados entre 1400 e 1900 (e alguns publicados atualmente) de clássico ou tradicional, pois todos são ilustrados no mesmo padrão; há centenas de tarots que levam o nome do autor ou editor: Jacques Vieville, Jean Noblet, Claude Bourdel, Jean Payen, Giuseppe Lando, entre outros.

No final do século XIX, com o avanço da tecnologia e a Revolução Industrial, foi possível editar o tarot com melhores imagens e com maior sutileza de cores, o que mudou sensivelmente sua forma artística, mas não o simbolismo. Desse período, temos o tarot de Jacques Burdel, Joseph Rochias, Oswald Wirth, Falconnier, Antonio Piedmontesi, entre outros.

Jacques Vieville

Em 1925, Paul Marteau, editor e diretor da Casa Grimaud, Paris, França, redesenhou os padrões dos tarots antigos da região de Marselha, sul da França, editando, em 1930, o famoso tarot de Marselha. Assim, todos os tarots que seguem o padrão simbólico do tarot de Marselha são considerados tarots clássicos. Ainda hoje encontramos diversos tipos que seguem idêntico padrão simbólico, entre os quais: Spanish Tarot (1970), Classic Tarot (1972), Fournier Tarot (1980), Angel Tarot (1983) e Old English Tarot (1997).

Tarot de Marselha

Os tarots clássicos são altamente recomendáveis para se iniciar os estudos.

No início do século XX, o advento de novas tecnologias de cores e de impressão, os conceitos evolucionais do homem e a abertura do esoterismo aconteceu grande expansão no processo editorial de cartas, surgindo tarots denominados modernos ou estilizados. Essa nova categoria é instaurada em 1910, por Arthur Edward Waite, a partir do lançamento do primeiro tarot com desenhos e traços livres, modernos e ricamente coloridos — uma novidade à época. Foi também naquele ano que pela primeira vez os arcanos menores ganharam ilustrações completas com o tarot de Rider-Waite. Alguns tarots modernos: tarot dos Boêmios (1919), Thoth Tarot (1940), Calhiostro Tarot (1955), Aquarian Tarot (1973), Zigeuner Tarot (1975), New Age Tarot (1982) e Cosmic Tarot (1990).

Arthur Edward Waite

Por volta de 1970 surgiu o que podemos classificar de tarot transcultural ou étnico. A partir do significado de cada arcano do tarot clássico o autor buscou, em determinada mitologia ou fábula, um significado análogo ao atributo escolhido. Assim, o arcano Mago (símbolo de iniciativa, criatividade, destreza, possibilidade, especulação) já foi representado em alguns tarots pelo mito grego Hermes, em outros pelo deus egípcio Osíris, entre tantas figuras mitológicas possíveis e análogas. Diferentemente do que ocorre com os tarots surrealistas (última classificação), em que o autor usa da livre expressão para retratar um tema, nos transculturais utiliza-se apenas o recurso de desenhar o mito de forma parecida com os tarots clássicos ou modernos. Alguns tarots transculturais: Kier Tarot (1970), Xultun Tarot (1972), Native American Tarot (1982), Celtic Tarot (1985), Tarot Mitológico (1988), Merlin Tarot (1990), Tarot dos Orixás (1992) e Goddess Tarot (1998).

Goddess Tarot

Os tarots transculturais estabelecem uma analogia entre os tarots clássicos e determinada mitologia. Suas imagens não remetem às dos tarots clássicos porque estão baseadas apenas em sua significação. Requerem o conhecimento das estruturas clássicas e da mitologia para a compreensão dos símbolos desenhados.

Por volta de 1975 começaram a surgir tarots que foram baseados tanto nos clássicos e modernos como nos transculturais, porém, deixando de lado a tradicional forma simbólica, buscando a livre criação artística dentro do contexto de significação de cada arcano. Assim, apareceu o que podemos denominar de tarot surrealista ou fantasia, que requer do estudante o conhecimento da estrutura dos tarots clássicos para que possa compreender o que foi desenhado. Nesse grupo, cada um dos tarots é visualmente diferente do outro, eles não têm nada em comum; contudo, todos remetem claramente aos significados simbólicos dos tarots clássicos e modernos. Alguns tarots surrealistas:

Tantric Tarot (1976), Tarot Mystique (1983), Tarot Universal Dali (1984), The Enchanted Tarot (1990) e Osho-Zen Tarot (1994).

Osho Zen Tarot

Como vimos, existem muitos modelos de tarots. Atualmente, devido à grande quantidade de que são oferecidos  e ao expressivo número de obras de literatura básica e avançada, que se misturam, o iniciado e o estudante tendem a se confundir na hora de escolher o seu tarot.

Quando um conjunto de cartas não obedece de alguma forma ao padrão estrutural de 78 arcanos e ao padrão simbólico de cada arcano, então não é um verdadeiro tarot!

Por exemplo, o que chamam de tarot cigano (36 cartas com simbologia diferente do tradicional), na realidade, é uma estilização do baralho de Mdme. Lenormand (1815). O mesmo ocorre com o tarot dos anjos, o tarot xamânico, o tarot das pedras, o tarot astrológico, o tarot das flores, o tarot dos animais, entre tantos que seguem outra simbologia e estrutura. No verdadeiro tarot há sempre uma cadeia simbólica comum a todos. Você nunca encontrará, por exemplo, o arcano Mago representado por um velho ou sem os objetos representativos dos quatro elementos; da mesma forma, nunca encontrará o arcano Eremita retratado por um jovem ou sem o cajado e a lanterna — salvo nos tarots trans culturais e surrealistas, que são desenhados por analogia e não por cadeia simbólica.

Tarot dos Anjos

Meditação Pratica 1 – Relaxamento                                 

https://youtube.com/live/cEs12N49Ey4

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