Meditação: – A via da concentração 3 parte – Programa 19 06 23

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– A via da concentração

Ao descrever a via da concentração, o Visuddhimagga padece de uma grave falha: começa com a descrição de um avançado estado alterado, que muitos ou a maioria dos meditadores podem jamais vir a vivenciar. Ele passa por cima das etapas preliminares ordinárias – e muito mais comuns. Essa lacuna pode ser preenchida com outras fontes budistas, que começam com o estado de mente normal do meditador em vez de com os estados muito raros que o Visuddhimagga descreve com detalhes.

No início, o foco do meditador distrai-se do objeto de meditação. Ao notar que está se distraindo, ele redireciona sua consciência para o foco apropriado. Sua unidirecionalidade é ocasional, vindo intermitentemente. Sua mente oscila entre o objeto de meditação e pensamentos, sentimentos e sensações dispersivos. O primeiro sinal da concentração vem quando a mente do meditador não é afetada nem pelas distrações exter­nas, com os sons circundantes, nem pela turbulência de seus próprios pensamentos e sentimentos variados. Embora os sons sejam ouvidos, e seus pensamentos e sentimentos sejam nota­dos, eles não perturbam o meditador.

Na próxima etapa, sua mente concentra-se no objeto por períodos prolongados. O meditador se aprimora na medida em que repetidamente redireciona sua mente perambulante para o objeto. Sua habilidade em redirecionar a atenção gradualmen­te aumenta na proporção em que o meditador vê os maus resul­tados das distrações (por exemplo, agitação) e sente as vantagens de uma calma unidirecionalidade. Quando isso acontece, o meditador é capaz de superar hábitos mentais antagônicos ao recolhimento calmo, como o tédio devido à sede de novidade. A mente do meditador pode agora permanecer concentrada por longos períodos.

– A um passo da absorção

Nas primeiras etapas da meditação, há uma tensão entre concentração no objeto da meditação e pensamentos dispersi­vos. As principais distrações são os desejos sensuais; má vonta­de, desespero e ira; preguiça e torpor; agitação e preocupação; e dúvida e ceticismo. Com muita prática, chega um momento em que esses obstáculos são totalmente superados. Há então uma notável aceleração da concentração. Nesse momento, os atributos mentais, como a unidirecionalidade e a beatitude, que amadurecerão em absorção total simultaneamente, passam a dominar. Cada um esteve presente anteriormente em diferen­tes graus, mas quando vêm ambos de uma vez têm um poder especial. Esse é o primeiro êxito digno de nota na meditação concentrativa; por ser o estado que beira a absorção total, ele é chamado concentração “acesso”.

Esse estado de concentração é como uma criança ainda incapaz de ficar de pé firmemente, mas que não pára de tentar. Os fatores mentais da absorção total não estão fortes no nível de acesso; sua emergência é precária, e a mente flutua entre eles e seu discurso interior, as ruminações usuais e pensamentos dis­persivos. O meditador ainda está aberto aos seus sentidos e per­manece consciente dos ruídos circundantes e dos sentimentos de seu corpo. O tema de meditação é um pensamento domi­nante, mas ainda não ocupa totalmente a mente. Nesse nível de acesso, fortes sensações de enlevo ou arrebatamento emergem, junto com alegria, prazer e serenidade. Há também uma aten­ção fugaz ao tema de meditação como que se chocando com ele, ou um foco mais sustentado sobre ele, notando-o repetidamen­te. Às vezes, há formas luminosas ou lampejos de luz brilhan­te, especialmente se o tema de meditação é uma kasina ou a res­piração. Pode haver também uma sensação de leveza, como se o corpo estivesse flutuando no ar. A concentração-acesso é um êxito precário. Se não for consolidada em absorção mais completa na mesma sessão, terá de ser protegida entre as sessões, evitando-se as ações ou encontros dispersivos.

– Visões

Podem ocorrer experiências visionárias no limiar desse nível, quando fatores como o arrebatamento amadureceram, mas o pensamento discursivo continua, e enquanto um foco sustentado sobre o objeto de concentração permanecer fraco. Se a concentração sustentada alcançar força total, os processos mentais necessários para visões serão podados na medida em que a atenção permanecer no objeto primeiro. O acesso e os níveis mais profundos de absorção são, por esse motivo, contrários a visões, mas quando o nível de acesso se aproxima (ou ao se emergir da absorção mais profunda) as visões tornam-se mais prováveis. As visões podem ser assustadoras – uma imagem de si mesmo como cadáver, por exemplo, ou a forma de uma fera ameaçadora e terrível ou totalmente benignas, como a figura de uma divindade benévola ou um Buda. As visões meditati­vas são bastante vívidas; o Visuddhimagga diz que elas são tão realistas quanto conversar com um visitante que chega a nossa casa. Pessoas tímidas ou ansiosas que têm uma visão terrifican­te – alerta-se –  podem ficar loucas. Outro perigo para o medi­tador é ficar extasiado com visões beatíficas e assim interrom­per progressos maiores ao fazer delas a meta da meditação, fra­cassando em fortalecer mais a concentração. A meta do medi­tador está além das visões. Diz-se no Zen: “Se tu encontrares o Buda mata-o“.

– Absorções totais ou Dhyana

Concentrando-se continuamente no objeto de meditação, chega o primeiro momento que marca uma ruptura total com a consciência normal. É a absorção total ou Dhyana. A mente parece subitamente afundar no objeto e permanece fixada nele. Pensamentos estorvantes cessam totalmente. Não há nem percepção sensorial nem a costumeira consciência do corpo; a dor corporal não pode ser sentida. Além da atenção inicial e sus­tentada ao objeto primeiro, a consciência é dominada pelo êxtase, pela beatitude e pela unidirecionalidade. Esses são os fatores mentais que, quando em ascendência simultânea, constituem o Dhyana.

Há uma sutil distinção entre êxtase e beatitude. O êxtase, no nível do primeiro Dhyana, é comparado ao prazer ou à excita­ção inicial de se alcançar um objeto há muito buscado; a beatitude é o gozo desse objeto. O êxtase pode ser experimentado como o eriçamento dos cabelos no corpo, como uma alegria momentânea que cintila e desaparece como faísca, como ondas que se derramam através do corpo repetidamente, como a sen­sação de levitação, ou como imersão numa arrebatadora felici­dade. A beatitude é um estado mais controlado de êxtase contínuo. A fixação num único objeto é própria da mente que se centra no estado dhyânico. O primeiro sabor do Dhyana dura um breve momento, mas com esforços continuados o estado dhyânico pode ser mantido por intervalos cada vez mais longos. Até ser controlado, o Dhyana é instável e pode ser facilmente perdido. O controle total ocorre quando o meditador consegue atingir o Dhyana quando, onde, tão logo e tanto quanto queira.

Dhyanas mais profundos

No curso da meditação, a unidirecionalidade torna-se cada vez mais intensa pela sucessiva eliminação dos fatores dhyânicos. A unidirecionalidade absorve a energia investida nos outros fatores e em cada nível dhyânico mais profundo (tabela seguinte).

Tor­nar-se ainda mais fixado após o domínio do primeiro Dhyana é algo que requer eliminar o redirecionamento inicial e repe­tido da mente ao objeto de meditação. Após emergir do esta­do dhyânico, esses processos de atenção parecem grosseiros em comparação com os outros fatores mentais mais sutis do Dhyana. Assim como os obstáculos foram superados no caminho para o nível de acesso, e assim como os pensamentos foram acalmados para atingir o primeiro Dhyana, a atenção inicial e repetida ao primeiro objeto é abandonada no limiar do segundo Dhyana. Para ir além desse tipo de atenção, o meditador entra no pri­meiro Dhyanafocalizando o primeiro objeto. Mas então ele libera a mente de qualquer pensamento do objeto, dirigindo em vez disso sua mente para o êxtase, a beatitude e a unidirecionalidade. Esse nível de absorção é mais sutil e estável que o pri­meiro. A mente do meditador está agora totalmente livre de quaisquer pensamentos verbais, mesmo dos do primeiro obje­to. Somente uma imagem refletida do objeto permanece como o foco da unidirecionalidade.

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Meditação Pratica 1 – Relaxamento                                 

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