Meditação: Meditação Psicológica e Espiritual – Programa 20 03 23

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         O processo meditativo,  é  subdividido  em  dois  períodos chamados:                                              

1 – Meditação concreta, psicológica (ou com semente) 

         Neste grupo incluem-se diversas  técnicas  que  utilizam  o  ponto de apoio para manter a  atenção.  Entre  esses  pontos  de  apoio, incluem-se imagens, desenhos, que estão fisicamente diante  do praticante ou intensamente mentalizados.                     

         Ela desdobra-se em:                                        

                            1. Meditação com apoio externo : símbolos físicos    

                            2. Meditação com apoio interno : ideias      

         No decorrer do período ou  fase  de  meditação  psicológica  deve-se procurar habituar os veículos  pessoais  a  se  tornarem  calmos,  receptivos,  silenciosos  e  eliminar   os   obstáculos  internos devidos as sensações, emoções e mobilidade excessiva da  mente.                                                          

         Esse trabalho de tranqüilização dos três veículos é chamado “alinhamento inferior” e constitui-se de três estágios:         

                   a – relaxamento do corpo físico e concentração       

                   b – tranqüilização do corpo emotivo ou astral        

                   c – silencio e calma do corpo mental                 

         O  relaxamento  do  corpo  físico  serve  para  preparar  e  favorecer a calma  interior  e  sobretudo  a  emotiva  que  esta  estritamente relacionada com a distensão e  a  tranqüilidade  do  corpo físico; além disso, é sua função  permitir  e  nós  mesmos  esquecermos as sensações corpóreas.                             

         Há inúmeras técnicas para a obtenção de um bom  relaxamento  do corpo. Entre elas a que você tem acesso no nosso site. 

         A concentração que  ocorre  junto  com  o  relaxamento  surge concomitantemente com  ele  e  virá  a  possibilitar  uma  interiorização uma vez que sem  esta  qualidade  é  nos  difícil  “olharmos” para o nosso interior uma vez que  o  externo  exerce  uma maior influencia.                                           

         Existem também inúmeras técnicas para o treino  da  mesma  algumas das quais lhes ensinamos.                               

         A tranqüilização emotiva, caso  não  tenha  sido  alcançada  juntamente com o relaxamento físico, pode ser obtida com  varias  técnicas entre as quais a visualização de imagens  que  inspirem  calma, serenidade, paz,  pois  a  energia  que  compõe  o  corpo  emotivo é extremamente sensível  as  imagens.  Também  pode  ser  obtida com a repetição o  de  palavras  ou  frases estimulo  que  surgiram a paz, a estabilidade a calma, etc.                      

         Para  podermos  atingir  este  nível  de  tranqüilização  e  posterior  desidentificação  devemos  antes  “ordenar”  o  corpo  emotivo através da eliminação de muitos  bloqueios  que  existem  nele que são decorrentes da nossa vida presente. Isto  pode  ser  feito  através  de  muitas  técnicas  entre  elas  a   regressão  consciente  que  da  condições  da  realização  desta  etapa  do  trabalho.                                                       

         No que diz respeito  ao  silencio  e  a  calma  mentais,  o  trabalho é extremamente mais  complexo  e  quase  sempre  requer  treinamentos  e  exercícios  de  vários  tipos,  que  devem  ser  praticados por um período de tempo relativamente longo.         

         O corpo mental tem uma função  muito  importante na meditação devido a sua natureza “dual”. De fato, é o único veiculo da personalidade que participa ao mesmo tempo da  personalidade e do mundo do Eu Superior.  O  corpo  mental  está  subdividido numa parte inferior, ou concreta, que  se  apresenta  como o pensamento racional lógico, discursivo,  e  numa  parte  superior,  que  se  apresenta  como  pensamento  intuitivo,  abstrato,  criativo,  impessoal,  que  já  pertence  a  dimensão  espiritual do Eu Superior.                      

         Para alcançar esse resultado, devemos passar por  uma  fase  de  exercícios  de  concentração  mental  (dharana), ainda  mais  profunda  do  que  a  inicial,  através  dos   quais   poderemos  desenvolver o poder  do  pensamento  concentrado  e  focalizado,  obediente a vontade do Eu Superior; e depois  por  uma  fase  de  meditação com semente (dhyana) no decorrer do qual se desenvolve  a capacidade reflexiva da mente, e  o  poder  de  aprofundar  um  conceito, uma idéia, até alcançar seu  significado  simbólico  e  universal.                                                      

         De  acordo  com  Patanjali,  a  concentração  mental  e   a  meditação com semente constituem-se de sete estágios:            

                   1 – Escolha do objeto sobre o qual concentrar-se.       

                   2 – O retrair-se da consciência mental do mundo externo, de forma que os meios de percepção e de  experiência  (os cinco sentidos) sejam acalmados e a  consciência não se volte mais para o exterior.                  

                   3 – A Consciência se concentra e se fixa na cabeça.     

                   4 – A mente se fixa e a atenção volta-se  exclusivamente para o objeto escolhido.                             

                   5 – A visualização ou percepção imaginativa deste objeto e o raciocínio lógico sobre ele.                    

                   6 – A  extensão  dos  conceitos  que  foram  formulados, passando do especifico e determinado para  o  geral, universal e cósmico.                                

                   7 – Procurar chegar aquilo que está por  trás  da  forma escolhida como objeto de concentração, isto é, checar a idéias que a produziram.                            

         Este procedimento  eleva  gradativamente  a  consciência  e  permite ao aspirante transferir-se do lado  forma  para  o  lado  vida da manifestação.                                           

         A concentração é  a  fase  preparatória  da  meditação  com  semente. A diferença está não na técnica, mas  na  qualidade  do  sujeito escolhido para a concentração.                           

         Do exame deste tipo de treinamento, resulta, claramente que  a concentração mental, qualquer que seja o objeto escolhido, é a  preparação para  a  meditação  propriamente  dita,  mesmo  a  de  caráter “reflexivo” cuja finalidade é criar a ponte mental entre  a personalidade e o Si.                                         

         A meditação psicológica,  portanto,  é uma  preparação  dos  veículos inferiores para o silencio e a calma, em razão do que ser chamada de “meditação com semente”. De fato, quando usamos a  mente para refletir e meditar sobre um  determinado  pensamento,  isso leva gradualmente a superar  a  própria  mente  e  o  nível  racional e a  entrar  em  um  estado  de  consciência  livre  de  conteúdos, calmo, silencioso, desidentificado do intelecto  mas,  ao mesmo tempo, atento e desperto.                              

         Sri Aurobindo  afirma: 

“É  uma  concentração  que  procede  através da idéia e utiliza o pensamento , forma e  o  nome  como  chaves que abrem as portas da Verdade escondida  atrás  de  cada  pensamento, cada forma, cada nome,  para  a  mente  concentrada;  isso porque através da idéia  o  Ser  mental  eleva-se, além  de  qualquer expressão, para Aquele que é expresso, do qual a  idéia  é somente um instrumento”.                                      

Portanto,  pouco  a  pouco,  exatamente  através   do   uso  consciente  e  voluntário  da  mente,  é  possível  alcançar   o  superamento dela mesma  e  sua  desidentificação,  alcançando-se  então um estado todo especial chamado por alguns  estudiosos  da  meditação de “estado de atenção ativa“. Na realidade, esta é uma qualidade de atenção diferente, conforme  afirma  Corrado  Penso  num de seus escritos sobre a meditação que citamos a seguir:     

         “… a atenção comumente é passiva,  ou  seja,  acende  e  apaga  dependendo do interesse para com os objetos-eventos que aparecem  a sua frente. Enquanto na “qualidade diferente de atenção”, isto  é, na atenção ativa, o eixo desloca-se dos objetos-eventos  para  a atenção… Ficamos atentos ao estar atentos… A  proposta  da  meditação  é  cultivar  esta  a  atenção   ou  consciência   não  identificada  com  os  conteúdos   mentais,   e,   portanto,   é  profundamente diferente da consciência comumente  entendida  que  consiste nesta identificação…”                                

         A finalidade principal, então, na meditação psicológica,  é  conseguir  acalmar  os  movimento  dos  veículos  pessoais  para  desidentificar-se deles e atingir um estado de consciência livre  e independente e um “fundo consciencial” que, mesmo vazio e  sem  conteúdos, tenha a qualidade da atenção atenta e consciente. É o  que as doutrinas esotéricas chamam de “atitude do Espectador  ou  da Testemunha silenciosa“,  que  na  realidade  é  um  nível  de  consciência  muito  próximo  da  consciência  do  Eu   Superior,  digamos, um seu  reflexo.  Ele  constitui  uma  importante  meta  alcançada, pois permite-nos ter o ponto de apoio necessário para  poder dar inicio a uma meditação mais profunda e criativa.      

         A mente, que em geral constitui o maior obstáculo na fase de  preparação ou  alinhamento  inferior,  deve  ser  treinada  para  seguir direções bem precisas de pensamento,  para  concentrar-se  numa idéia  ou  num  objetivo  precedentemente  escolhido,  para  tornar-se obediente instrumento de conhecimento do Eu  Superior,  e revelar sua verdadeira natureza de interprete e esclarecedora. 

         Em geral, é preciso dedicar alguns meses  a  este  tipo  de  meditação preparatória antes de  poder  passar  para  a  segunda  fase:  meditação  espiritual,  que  requer   a   capacidade   de  desidentificar-se facilmente e sem maiores esforços dos veículos  pessoais,  de  entrar  no  silencio  e  de  saber   abrir-se   a  consciência e as energias do Eu Superior e  utilizá-las  para  o  própria transformação e para o trabalho.                         

         Todo  o  nosso  trabalho  visa  exatamente   atingir   esta  condição.                                                       

         A fase da meditação psicológica, pela qual passam os meus praticantes de meditação traz como resultado fundamental, o aparecimento de um centro  de  consciência desidentificado dos veículos  pessoais,  que  não  é  somente um “fundo de consciência” vago e amorfo, mas revela-se a  verdadeira dimensão humana, a realidade mais  intima  do  homem,  dotada de consciência e vontade. Em outras palavras, ao alcançar  o estado de “atenção  ativa”  e  a  consciência  sem  conteúdos,  manifesta-se o nosso verdadeiro Eu, o centro de  autoconsciência  que é o reflexo do  Eu  Superior,  de  forma  espontânea  e  sem  esforços.                                                       

         O  Eu  Superior,  mesmo  sendo  uma  centelha  da  Essência  Universal,  ao  encarnar  manifestando-se  e   revestindo-se  de  veículos feitos de substancias energias cada  vez  mais  densas,  individualiza-se, isto é, tornar-se consciente de si mesmo  como  entidade autônoma e auto-evolvente, através de todo  o  processo  evolutivo do homem.                                             

         O sentido do  eu, a  autoconsciência,  é  o  reflexo  dessa  individualização gradual  do  Eu  Superior,  desse  processo  de  auto-reconhecimento.  Cada  um  de  nós  deve,  pouco  a  pouco,  enuclear em si mesmo este centro de autoconsciência autentica, o  Eu Verdadeiro, a individualidade, que não é o eu psicológico,  o  Eu construído e egoistico, mas  sim  um  núcleo  de  consciência  livre,, autentico e estável, que reflete a natureza e a essência  do Eu Superior.                                                 

         Assim, a pergunta central que o homem faz  a  si  mesmo  ao  despertar de sua inconsciência e começar a sentir a exigência de  descobrir o significado da vida, é a seguinte: “Quem  sou  eu?”.  Não é nada fácil responder a esta pergunta, e no entanto, se ela  for  colocada  de  forma  correta  e  em  atitude   intensamente  meditativa, pode tornar-se  o  meio  catalisador  da  verdadeira  autoconsciência. Narra-se,  a  respeito,  que  o  grande  Mestre  indiano  Ramana  Maharshi,  com  apenas  17  anos,  conseguiu  a  iluminação e teve a revelação do Eu Superior, exatamente  quando  fez a si mesmo esta pergunta, em um momento de intensa meditação  e procura.                                                      

         Por não termos, obviamente, o mesmo grau de  maturidade  de  Ramana Maharshi, não poderemos obter um resultado tão  rápido  e  elevado;    poderemos    porem,    através     de     sucessivas  desidentificações , conseguir libertar-nos daquilo que não  é  o  eu e estabilizar-nos num centro de consciência livre e destacado  que nos dará o sentido da estabilidade, da autoconsciência e  da  identidade.                                                     

         Isto pode acontecer  com  a  meditação  psicológica  quando  praticada com seriedade e constância.                            

Meditação Pratica 1 – Relaxamento                                 

https://youtube.com/live/T-Gpm3hH4eE

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