
Ao iniciarmos o processo de meditação, verificam-se gradativamente algumas claras mudanças em nossa vida, pois, sem o percebermos claramente, ao meditar, dirigimos nossas energias psíquicas para um novo horizonte, e isso produz efeitos e transformações em nossa personalidade. Um estes efeitos é o aparecimento da necessidade de purificação e de auto-formação juntamente com um claro e premente impulso de crescimento e de aperfeiçoamento.
Mesmo dedicando a meditação apenas meia hora da manhã cedo, obtém-se um certo resultado, porque a duração da meditação não é importante; o que interessa é a “qualidade” e a “correta atitude da consciência” em relação a ela. Se esses dois requisitos estiverem presentes, qualquer que seja o tempo dedicado a pratica produzisse-a no decorrer da meditação uma abertura para os níveis super-conscientes de nós mesmos, com conseqüente afluxo de energias espirituais nos veículos que tendem para objetivos bem explícitos. No decorrer do dia, essas energias são absorvidas pela personalidade e começa então um lento e gradual processo de transformação e de purificação do indivíduo.
Se tal resultado não se manifestar, isso significa que a meditação foi feita somente como uma técnica mecânica exterior, e não produz nenhuma abertura para as energias do Eu Superior.
A verdadeira meditação abre uma porta para uma dimensão mais alta do que a habitual e constrói uma ponte, conforme já dissemos, para o polo mais profundo de nós mesmos. Por isso, quando decidimos iniciar um trabalho de meditação, tacitamente decidimos nos transformar e modificar nossa vida. Mais cedo ou mais tarde, iremos perceber que a meditação, após um determinado período de tempo de pratica regular, estimula a ativa até mesmo parte do cérebro até então adormecidos despertando aspectos superiores de nós mesmos ainda latentes e não manifestados. Na realidade, a meditação é uma abertura para o super-consciente e faz aflorar todas as qualidades e faculdades mais nobres, mais elevadas do homem, que representam sua natureza intrínseca e autentica. Por isso, devemos nos aproximar da meditação com seriedade e consciência do seu verdadeiro valor e significado.
Existem várias categorias amplas nas quais muitas formas de meditação se enquadram. Essas categorias são as seguintes:
Meditação de visualização. Muitas formas de meditação são baseadas no praticante construindo uma imagem dentro de sua mente. A imaginação é muito usada para criar uma visualização simples, como uma cor ou um pequeno objeto, ou imagens complexas do tipo mandala ou locais sagrados para os quais os praticantes usam sua imaginação para viajar. Muitas dessas imagens visualizadas são, na verdade, baseadas em relatos de experiências que as pessoas tiveram espontaneamente durante outras meditações não baseadas na imaginação. Esta é provavelmente a forma mais comum de meditação que os iniciantes encontrarão.
Meditação devocional. A meditação devocional costuma estar intimamente ligada à prática religiosa, mas nem sempre. Uma divindade ou ser espiritual é visualizado ou contatado por meio de mantra ou outra técnica semelhante. O praticante almeja se comunicar ou buscar orientação da divindade para que possa ser conduzido através de níveis crescentes de compreensão transcendente. Essa forma de meditação é muito usada em diversas seitas religiosas e é possível argumentar que a oração é uma forma de meditação devocional.
Meditação vazia. É uma meditação baseada exclusivamente na vacuidade oferece pouco método ou instrução. Qualquer orientação seria vista como uma distração externa da essência do treinamento e, portanto, é evitada tanto quanto possível. Em vez disso, os praticantes visam entrar no vazio silenciando sua mente por meio da prática prolongada de sentar. Essas formas de meditação requerem muita paciência e muitas vezes a assistência da transmissão direta de mente para mente de um mestre realizado dentro da tradição.
Meditação observacional. Essa forma de meditação funciona fazendo com que o praticante observe um fenômeno que se desenvolve naturalmente dentro de seu próprio corpo. O ponto focal mais comumente usado para observação é a respiração. A idéia é que ao observar algo realizamos várias coisas. Primeiro, aprendemos mais sobre a natureza da mente e suas flutuações por meio de como ela afeta o que estamos observando. Em segundo lugar, damos à mente algo para observar, o que permite que ela fique gradualmente quieta; a analogia freqüentemente usada para esse processo é dar ao macaco (mente) uma banana (algo para observar) para mantê-lo quieto. Finalmente, ao observar um processo, damos a ele espaço e atenção para melhorar e, assim, a eficiência do funcionamento de nosso corpo e mente aumenta.
Meditação alquímica. A última categoria ampla de métodos de meditação é a categoria alquímica. Esta é a forma de meditação baseada no uso direto e na transformação de substâncias energéticas dentro do corpo. Através do refinamento gradual das freqüências vibratórias dentro do corpo energético e posteriormente da consciência, é possível passar por uma poderosa forma de transformação interior. Vale a pena notar aqui, porém, que os sistemas de meditação alquímica (conhecidos como métodos tântricos) geralmente servem para preparar o caminho para estados mentais mais passivos, semelhantes à “meditação do vazio”.
Seja qual for a meditação ela tem inicio com a interiorização, isto é, com a abstração da atenção do mundo exterior e dos objetos ; por isso, aconselha-se fechar os olhos ao meditar. Porém, não é suficiente “não enxergar” com os olhos o mundo exterior, é preciso esquecê-lo, abstrair-se completamente dele, para poder perceber a dimensão interior, a realidade do mundo subjetivo.
Para quem está no inicio dessa pratica, a dimensão interior constitui-se basicamente do conteúdos psicológicos (emoções, pensamentos, imagens, lembranças, etc.) que devem ser considerados também como “objetos” em relação a verdadeira consciência. Por tanto, mesmo estes conteúdos psíquicos devem ser afastados e acalmados se nossa intenção é chegar a uma verdadeira interiorização e a uma abstração completa, que nos permitam tornar-nos sensíveis a realidade interior, tão viva e “substancial” quanto a exterior.
É claro que se faz necessário muito treino, exercícios e desenvolvimento de técnicas para superar a tendência a extroversão e o habito de viver superficialmente, além de ser preciso acalmar os contínuos movimentos das energias dos três veículos. Este conjunto de técnicas e de treinamentos constitui uma fase preparatória para a meditação propriamente dita, fase necessária que poderia ser chamada “fase psicológica”.
O processo meditativo, portanto, é subdividido em dois períodos chamados:
1 – Meditação concreta, psicológica (ou com semente)
2) meditação espiritual (ou sem semente)
Meditação Pratica 1 – Relaxamento