Meditação: Tornando-se um Meditador 01 – Programa 06 02 23

tantra

Tornar-se um Meditador é tornar-se um Homem de Conhecimento

Todo mundo tem um caminho a seguir – o caminho de sua vida.

Herman Hesse

Herman Hesse escreveu:                                           

A vida de cada homem é um caminho para o si mesmo, uma  tentativa  de  caminho,  a  sugestão  de  uma  trilha. Nenhum homem jamais foi  inteiramente  ele  mesmo, embora todos tentem chegar a isso – o tolo, o inteligente, cada um da melhor maneira possível.

Existem muitas dificuldades, muitos desvios para  se  ficar perdido: a benevolência, o amor à pátria, o amor à  religião,  o intelectualismo,   a   tentação   irresistível    de    analisar minuciosamente, de descobrir, todos levados pela necessidade  de encontrar a satisfação e a suficiência interior.                

O Tao Te Ching diz o seguinte:                             

Quando o grande Tao  é  perdido,   brotam   a benevolência e a honradez.                                  

Quando surgem a sagacidade e a sabedoria, aparecem grandes hipócritas.                                      

Quando as relações de  família  já  não  têm  mais    harmonia, temos crianças que amam seus pais e pais  devotados.

Quando uma nação está na confusão e na desordem, reconhecem-se os patriotas.

Quando  o  Tao  existe,  existe  o  equilíbrio.

Quando o Tao se perde, surgem todas as diferenças  das coisas.

O homem e a mulher comum  têm  dificuldade  para  encontrar satisfação e confiança em  si  mesmo,  e  assim,  abandonam  sua natureza intrínseca, tentando ser algo ou alguém diferente.     

Como se encontrar? 

Quem  empreende  esta  busca  é  alguém conhecido como o “Sábio” ou “Homem de Conhecimento”. É um homem completamente realizado, embora este conceito nos leve para além do modelo ocidental baseado em Maslow, do  indivíduo  realizado, plenamente autônomo:                                             

O tornar-se plenamente humano,  o  desenvolvimento da total perfeição a que a  espécie  humana  possa  chegar ou que um determinado indivíduo atinja.

Este  pensamento  ocidental,  embora  seja  uma  saída  bem recebida da corrente  principal  de  teoria  psicológica  que  a precedeu,  deve  trazer  comparações,  as  diferenças  entre  as coisas. O homem verdadeiramente autônomo, o Sábio, é aquele em quem o Eu Superior age sem obstrução; seu coração  é  como  “um lago plácido, não agitado pelos ventos da circunstância”.      

Chuang  Tzu

O Capítulo  16  da obra A Via de  Chuang  Tzu (foi um influente filósofo taoista do século IV a.C.) trata do “ Verdadeiro homem”, dá a  visão oriental de  placidez serena, embora cosmicamente poderosa:                            

O que significa o “verdadeiro homem”?

Antigamente, os verdadeiros homens não tinham medo         quando  ficavam a sós com seus pontos de vista.

Nada de grandes proezas. Nada de planos. Se falhassem, nada de tristeza.                         

Nada de autocongratulações no êxito.                     

        Escalavam penhascos, jamais estonteados, mergulhavam na   água,   jamais   se   molhando,  caminhavam através do fogo  e  não  se  queimavam.       

Assim o seu conhecimento alcançou o caminho para   chegar ao Tao.                                           

Os homens de verdade daquele tempo dormiam sem sonhos, acordavam sem preocupações.                      

Sua alimentação era simples.                             

Eles respiravam profundamente.                           

Os verdadeiros homens respiram pelos calcanhares.        

Outros respiram pela garganta, meio sufocados. Nas        discussões, lançam argumentos como vômitos.      

Onde as  fontes  da  paixão  são  profundas,   as  nascentes celestiais logo secam.                         

Os verdadeiros homens de  antigamente  não  tinham  cobiça pela vida, não temiam a morte.                    

Suas chegadas não eram acompanhadas de alegria.          

Suas saídas, para além, sem resistência.                 

Assim como vinham, iam.                                  

Não perguntavam de onde, nem para  onde,  nem  iam em frente com severidade abrindo seu caminho  pela  vida.                                                    

Tomavam a vida  como ela  vinha,  com  satisfação, tomavam a morte como ela vinha, sem se importar, e iam em frente, adiante, sempre mais adiante!              

Não se preocupavam em lutar pelo Tao.                    

Não tentaram pôr sua própria imaginação ajudar o Tao a prosseguir.                                        

São esses a que chamamos de verdadeiros homens.          

As mentes livres,  sem  pensamentos,  a  expressão clara, rostos serenos.                                   

Seriam frios? Apenas frios como o outono.                

Seriam quentes? Não mais quentes que a primavera.        

Tudo o que vinha deles vinha tranqüilo, como as quatro estações.           

O Universo dotou todos os seres  humanos  com  sua  própria natureza – viver de acordo com a   natureza  é  o  objetivo   do Sábio.                                                          

O Sábio se preocupa muito com a proteção e com  a  projeção da sua energia. Ela se manifestará convenientemente na sua  vida diária enquanto  ele  mantiver  uma  relação  harmoniosa  com  o universo.                                                       

O Sábio não se preocupa com questões de certo ou de  errado ele se preocupa com a  harmonia.  As atividades  diárias  das pessoas provocam pôr todo o universo reações que voltarão a elas como ecos. Portanto, a sorte ou a infelicidade na  vida  de  uma pessoa é criada pôr ela mesma e surge da violação dessa verdade.

O comportamento em si não  é  correto  ou  errado;  há  uma situação em que o Sábio procura agir em harmonia com as leis  da natureza. As questões relativas  ao  pecado  ou  à  virtude  não entram em seus cálculos. Se chegar a pensar sobre a  questão  de alguma forma, verá o pecado como  ignorância  ou  como  loucura, pois sabe que  a  contravenção  das  leis  da  natureza  traz  o inevitável castigo.                                             

E assim, qualquer  insinuação  de  que  o  Sábio  não  está preocupado com a moral ou com a ética revela  um  mal-entendido.  Não há ênfase na moralidade, porque ela é aceita como verdade; a fase da ética foi superada.                                     

A mística rede  de  reações da energia,  também chamada destino está amplamente entrelaçada,  e  a  energia  sutil  não   reage   necessariamente   de  imediato ao que projetamos. Porém, o princípio  da   lei universal da reação de energia sutil aplica-se  a toda a criação e estende sua influência pôr todo  o contínuo de tempo e de espaço  e  pôr  todas  as  suas transformações.”                                    

Como diz Chuang Tzu:   

Você esta tentando unificar a si mesmo;  portanto, não escute com os ouvidos, mas com o coração;  não  escute com a mente, mas com o espírito.                

Eles não se preocupam em lutar pelo Tao.                 

Não tentaram pôr sua própria imaginação  ajudar  o   Tao.                                                     

São esse a que chamamos verdadeiros homens.           

A mente deveria estar a serviço do Eu Superior, que deveria ser o senhor dominante em todos os aspectos  do  ser  humano.  É muito comum que  o  oposto  prevaleça:  estando  o  Eu  Superior subjugando pela mente, ele se torna  obsessão.  Mas, atingida  a harmonia,  o  Sábio  consegue  reagir  diretamente   mesmo   nas situações mais difíceis, e pode acompanhar a natureza  universal da produtividade e da criatividade, em vez de ser destrutivo.   

Acompanhar  a  natureza  universal   exige   vigilância   e capacidade de relaxar. O Sábio, portanto, é um mestre do wu wei. 

Esta  palavra  significa,  literalmente,   “não-ação”,   mas   é equívoca, se expressar a idéia de ser um ficar sentado sem fazer nada, como um pedaço de argila. Exatamente como “o Tao é  sempre inativo, embora não haja nada que ele não  faça”  –  assim  é  o Sábio. Ele poderá se animar, quando necessário (embora jamais se submeta à  tensão  excessiva)  e  agirá  de  maneira  totalmente adequada quando as circunstâncias o exigirem.                   

Assim  como um animal que necessita da sombra irá encontra-la com tranqüilidade,  ou uma planta que necessita da luz do sol irá inclinar-se para ela, o Sábio  fará  calmamente  o  que  for necessário e com a energia que for preciso. Ele tem   sempre   a energia suficiente para fazer o necessário, porque  toda  a  sua vida se baseia na administração dos seus recursos, em  estar  em sintonia com as energias cósmicas em torno de si. Portanto,  ele tem a confiança para fazer o que a maioria  das  pessoas  evita: lançar sua espontaneidade em wu wei. A maioria das pessoas evita isso. Elas preferem a  segurança  aparente  de  um  conjunto  de orientações sociais para levá-las  através  dos  labirintos  das relações sociais.  Evitam  o  inesperado,  o  perturbador  e   a necessidade de se adaptar à novidade. Excluíram a  si mesmas  do universo natural que as apoia.                                  

Um Homem de Conhecimento fez a importantíssima  descoberta de que um ser humano não está isolado e não é um átomo  separado e sem importância. Como o princípio vital tudo permeia, como ele flui através  do  homem  e  circula  pôr  toda  a  criação,  ele experimenta todos os aspectos da vida como quem está interligado e inter-relacionado com o vasto universo.  

Não é um ser isolado portanto não é o ESPECIALISTA tão na moda hoje em dia. Ai perde-se a visão do todo e mais que a visão a integração         

Na dimensão do tempo, o que acontece agora esta  inevitavelmente ligado  com  o  passado  e  com  o  futuro. Na dimensão do espaço, tudo o que a pessoa  faz influência, direta ou indiretamente, a  esfera  do universo a que ela esta relacionada, aparecendo uma resposta em suas ações ou projeções mentais.     

Sendo assim, parece sensato captar o comprimento de  onda e cooperar com o poder universal, em vez de ir atrás de atividades  que causem desarmonia para  si  e  para  os   outros.  Pela  sua  pratica  diária,   um   Homem   de   Conhecimento   consegue   a espontaneidade que coopera com o universo. Através do cultivo de si mesmo, do autoconhecimento, uma pessoa assim pode  atender  a si e aos outros. 

– Como tornar-se um Homem de Conhecimento    

1) Tornar-se um Homem de Conhecimento é um questão de Aprendizagem que justifica a existência de um  sistema para ensinar a consegui-lo.                       

Tal sistema compõem-se de:                        

a – Não existem requisitos claros para se ser um Homem de Conhecimento         

No entanto, na prática, tal teoria não é válida uma vez que;              existem alguns requisitos disfarçados que podem ser  denominados de “propósito inflexível” Aprender,  entretanto,  é  um  processo  de  busca inacabável.                                       

2) Um  Homem  de  Conhecimento   tem   um   propósito inflexível                                        

A idéia de que um Homem de Conhecimento precisa de um propósito inflexível refere-se ao exercício  da Vontade. Ter um propósito  inflexível  quer  dizer ter a vontade de realizar um processo  necessário, mantendo-se dentro dos  limites  dos  conhecimento que está sendo ensinado.

Um propósito inflexível compõem-se de:          

a – Frugalidade Ser uma pessoa prudente e econômica no uso dos recursos consumíveis evitando o desperdício, o esbanjamento e a extravagância.

b – Firmeza de Julgamento. Esse conceito não implica no bom senso, mas sim a capacidade de avaliar as circunstâncias  envolvendo qualquer necessidade de agir.

Em outras palavras deve-se pensar com o coração e com o espírito.          

Meditação Pratica 1 – Relaxamento                                 

https://youtube.com/live/ZATnXz4iOX0

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