
Os Poderes Latentes do Homem ou Seus Poderes Espirituais
Após termos tratados da constituição total do homem vamos abordar agora seus poderes latentes ou poderes espirituais.
Esse tema de poderes espirituais é bastante controverso e complexo. Na ciência moderna existe uma lista deles que são estudados e avaliados por governos e instituições com o objetivo de identificar indivíduos que os possuam desenvolvidos e utilizá-los para os fins mais diversos principalmente nas áreas de espionagem e segurança.
Essa é uma temática, como disse, bastante controversa, no entanto nós iremos abordar aqui o tema do ou ponto de vista dos estudos e praticas de meditação. Adiante nós vamos dar uma lista daquelas diríamos são popularmente conhecidas pelas ciências oficiais e em seguida então vamos tratar do tema a luz da cultura oriental.
Lista de habilidades psíquicas
Esta é uma lista de habilidades psíquicas que têm sido atribuídas a ou alegadas por indivíduos. Muitas dessas habilidades são conhecidas como percepção extrassensorial.
Adivinhação – entender uma situação através de um ritual.
Materialização – materialização, desaparecimento, teletransporte de algum objeto e/ou sua materialização.
Leitura de aura – percepção de campos de energia ao redor de pessoas, lugares e coisas.[
Projeção astral ou projeção mental – uma experiência fora do corpo em que um corpo astral se separa do corpo físico.
Bilocação ou multilocação – estar em diversos lugares ao mesmo tempo.
Teleportação – a capacidade de se locomover de um ponto ao outro desde que o ponto de destino esteja ao alcance da visão.
Clarividência ou segunda vista – percepção fora dos sentidos humanos conhecidos.
Levitação – levitação e voo do corpo humano.
Precognição, premonição e sonhos precognitivos – percepção de eventos antes que eles aconteçam.
Telecinésia – habilidade de manipular objetos com o poder do pensamento ou redefinir suas formas e estados.
Psicometria – obtenção de informação sobre uma pessoa ou objeto, normalmente tocando ou se concentrando no objeto ou em algum objeto relacionado.
Visão remota – obtenção de informação à distância.
Retrocognição – percepção de eventos passados.
Vidência – capacidade de ver eventos à distância ou no futuro.
Telepatia – transferência de pensamentos, palavras ou emoções em qualquer direção.
Simulcognição – percepção e conhecimento da realidade presente.
Pirocinese – capacidade mágica de criar, absorver e controlar o fogo, através das mãos, dos olhos ou da mente.
Oneirocinese – capacidade de controlar não só o próprio sonho mas também os sonhos das outras pessoas,e podendo até fazer pessoas adormecer.
Radiestesia – habilidade de localizar objetos, algumas vezes usando uma ferramenta chamada “varinha de adivinhação”.
Psicografia – escrita produzida sem pensamento consciente.
Mediunidade ou canalização – comunicação com espíritos.
Cura pela fé – cura pela canalização de uma forma de energia ou diagnóstico e cura de doenças usando a devoção religiosa.
Como vimos o homem é um ser potencial. A maioria dos seus poderes estão latentes. Os hindus dizem que esse poderes Siddhi (sânscrito: सिद्धिः; siddhiḥ) literalmente significa “realização”, “consecução” ou “sucesso“. É usado como um termo para poderes espirituais (ou habilidades físicas) surgido a partir do controle do corpo e da mente. O termo é usado neste sentido no Hinduísmo e no Budismo Tântrico. Existem vários pontos de vista sobre a obtenção de Siddhis. Uma escola de pensamento estabelece que eles sejam um conjunto normal de ocorrências que não deveriam ser focados porque eles irão desviar o praticante do caminho. Outras perspectivas julgam que cada siddhi deveria ser aspirado porque habilitara o indivíduo a entender o poder do Ente Supremo.) são 372. Entretanto geralmente se fala de 8, 24 ou 72 . Os oito mais conhecidos são:
1. Atomização (visão microscópica) 2. Levitação 3. Ampliação (visão telescópica) 4. Extensão 5. Eficácia 6. Soberania 7. Controle sobre o elemento 8. Capacidade para atuar
Além desses, costuma-se citar mais os seguintes:
1. Ouvir sons distantes 2. Entrar nos corpos dos outros 3. Onisciência 4. Parar o fogo 5. Parar um rio 6. Imortalidade 7. Parar o vento 8. Controle pleno sobre fome sede e o sono 9. Penetrar em todas as espécies 10. Perfeição no falar outros idiomas 11. Poder de reviver os mortos 12. Poder para captar a força vital 13. Poder para produzir a vida 14. Poder paralisar as funções vitais 15. Poder matar o intelecto
Quem consegue alcançar esses Siddhis é chamado de Siddha Purusha (é um termo amplamente utilizado nas religiões e cultura indianas. Significa “aquele que é realizado“. Refere-se a mestres aperfeiçoados que alcançaram um alto grau de perfeição física, assim como espiritual ou iluminação.). Esses Siddhas classificam-se em três tipos:
Adhama – é que obtém vida longa, fama, prosperidade, família grande.
Uttama – o que satisfaz seus desejos através dos pensamentos.
Madhyama – o que consegue entrar em comunhão com os seus, dominar a morte, penetrar à sua vontade nos corpos dos outros, deslocar-se rapidamente pelos céus, poder entender as verdades terrenas, conhecer as oito escolas do Yoga, curar doenças, etc.
(Madhyamā (मध्यमा) refere-se a “(obtenção de) mediano ( siddhis )”, de acordo com o capítulo 9 do Guhyasūtra.—De acordo, “[…] [O Senhor falou]:—[…] Ele será liberto da [força retributiva de] grandes transgressões; e ele atingirá os siddhis inferiores após dois meses, os siddhis intermediários ( madhyamā-siddhi ) após meio ano e os siddhis superiores após um ano; ele obterá poder sobre o feitiço ( vidyāsiddhi ). A capacidade de se tornar atômico, junto com os outros [dos poderes iogues], surgirá. Ele terá prazer na companhia dos siddhas . Ele alcançará os desejos que deseja; se ele estiver sem desejos, ele alcançará a liberação. […]”.
Fonte : SOAS University of London: Protective Rites in the Netra Tantra)
Vários métodos conduzem ao aparecimento dos Siddhis, eles podem ter origem por 4 diferentes formas:
Janmaja – congênito
Ausadhija – produzido por intoxicantes
Mantraja – produzido pelos Mantras
Samadhi – resultado de profunda e intensa meditação
A tradição da existência desses poderes é encontrada em todo o mundo. Os budistas, por exemplo, falam de oito grandes Siddhis, como comentamos anteriormente:
1. Khadga – é o que permite ao guerreiro vencer em batalha com uma espada sobre a qual foram recitados Mantras. Práticas de consagração de espadas, são encontradas nas Artes Marciais do Japão.
2. Anjana – quando, através de um ungüento mágico aplicado nos olhos, podemos ver tesouros ocultos .
3. Padalepa – Um misterioso ungüento que, ao ser colocado nos pés, faz que nos movamos sem sermos percebidos.
4. Antardhana – o desaparecimento milagroso.
5. Rasa rasayana – que transforma em ouro todos os metais e produz a imunidade à morte.
6. Khecara – que permite ao homem mover-se nos céus.
7. Bhucara – que dá a possibilidade de irmos instantaneamente a qualquer ponto da terra.
8. Patala – que dá acesso aos mundos subterrâneos.
O Tantra tem seis rituais principais, que são conhecidos, como Satkarma, que é diferente do Satkarma descrito na Hatha Yoga Pradípiká sendo composto de: kapálabháti, trátaka, nauli, neti, dhauti e vasti.
Os três primeiros ajudam a purificar o organismo, mas trabalham também a energia e o pensamento. Os três últimos fazem a purificação interna de três partes do corpo. O objetivo destas purificações é equilibrar os três humores do corpo, que se constituem pela interação entre os cinco elementos: vata (ar e espaço), pitta (fogo) e kapha (água e terra). O equilíbrio dos doshas possibilita o correto funcionamento fisiológico. Quando um deles se desequilibra acontecem as doenças. Estas técnicas se fazem para reequilibrar os humores corporais.
Voltando ao Satkarma budista eles são usados com as seguintes finalidades:
1. Santi – permite remover doenças, influências nefastas e más ações.
2. Vasikarana – que dá o poder de carregar de influências um objeto ou pessoa (enfeitiçar).
3. Stambhana – permite a paralisação da ação dos outros.
4. Vidvesana – propicia a separação de um casal.
5. Uccatana – encanta as casas, faz que o inimigo fuja.
6. Marana – produz a morte ou injuria diversas nos inimigos.
Entretanto, esses rituais são secretos sendo difícil a um simples curioso colocá-los em operação. Para que “vivam”, tem que se conhecer a época oportuna para a sua realização, a configuração planetária, as estações propicias, aos deuses (energias) e entidades a serem invocados e as “chaves” da operação. Essas chaves são Mantras (emissão de sons) e Mudras (posições de mãos) que devem ser repetidos numa certa seqüência tal qual o procedimento da abertura de um cofre.
No Yoga Sutra de Patanjali que é um texto básico para os que se interessam por Yoga, a ciência do encontro do homem consigo mesmo. A seção III do texto é, em grande parte, sobre os poderes latentes do homem advindos da prática. Os trechos traduzidos e comentados a seguir foram retirados do texto de M. N. Dvivedi, publicado em 1980 pela The Theosophical Publishing House – Adyar, Madras, Índia.
1. “Contemplação é a fixação da mente em algo.”
Anteriormente, foram descritas as condições de purificação e de iluminação das distrações que servem de preparativos para essa fixação em algo, que pode ser interno ou externo. É um suporte para a meditação que irá ser iniciada.
2. “A unidade da mente com esse algo é absorção”
Essa absorção é chamada Dhyana (meditação), quando o observador se torna unido com a coisa meditada, mas, não há, ainda, perda de identidade.
3. “O mesmo acontece quando, consciente somente do objeto, como se estivesse inconsciente de si mesmo, se dá o transe.”
Esse transe é Samadhi (a contemplação). Quando, então, não há mais separação entre o sujeito e o objeto. Aí dá-se a perda da identidade do “eu” e do “tu”.
4. “Os três juntos convergindo numa só coisa constitui o Samyama.”
A palavra Samyama subentende os três processos citados nos versículos anteriores (1, 2 e 3, tomados em conjunto) ou seja o conjunto formado por Dhárana (concentração), Dhyána (meditação), e Samádhi (iluminação), sendo que cada estágio é o aprofundamento do anterior.
Samyama é o caminho que leva aos Siddhis (poderes ocultos) e à contemplação inconsciente (Nirvihalpa Samadhi é o segundo estágio do samadhi , um estado meditativo de total absorção e bem-aventurança. Samadhi é o oitavo e último passo no caminho do yoga, conforme definido pelos Yoga Sutras de Patanjali .
As traduções diretas variam e as interpretações variam de “bem-aventurança” a “libertação” e até “iluminação”. Nirvikalpa pode ser traduzido do sânscrito como “não vacilar”, destacando o fato de que esse estágio de samadhi é sustentado e constante.
O estado de nirvikalpa samadhi só pode ser alcançado por praticantes avançados, que progrediram em estágios anteriores, como dharana (concentração) e dhyana (meditação).
Os mestres espirituais podem permanecer nesse estado por horas ou mesmo dias, e acredita-se que permanecer em nirvikalpa samadhi por 18 a 21 dias permite estados mais elevados de samadhi, nos quais a consciência pode deixar permanentemente o corpo físico.
5. “Conquistando seus resultados, a conseqüência será a lucidez do Intelecto.”
Essa lucidez é extraordinariamente difícil, senão impossível de ser conseguida pelo homem comum, sempre imbuído nos “nomes” de seus pensamentos, palavras e ações. J. Krishnamurti conceitua essa “lucidez” com a expressão “Percepção Criadora”. Quando ela ocorre, o homem percebe a coisa como ela é. Sem nuvens.
6. “O seu uso é feito por estágios”.
O uso de Samyama, dessa lucidez, é gradual. Aos poucos, a neblina vai desaparecendo e os contornos da realidade vão nascendo das sombras. É impossível alcançar o cume da montanha sem a viagem nas regiões inferiores.
“Os três são algo mais intimo do que as anteriores.”
Os três são Contemplação, a Absorção e o Transe, citadas nos Aforismos 1, 2 e 3. Primeiro dá-se a Contemplação da Realidade. Segue-se uma gradual Absorção, da qual resulta Um Transe – uma perda de identidade resultante da nossa fusão nela.
Saltando algumas Aforismos, vamos direto aos que enumeram os diversos Siddhis que aparece à medida que a “neblina” se desfaz e o aspirante se aproxima do pico da montanha.
16. “Executando o Samyama nas três espécies de transformação, surge o conhecimento do passado e do futuro.”
Neste caso, o aspirante desliga-se da escravização do tempo e passa a observar o eterno agora, pois está situado numa outra dimensão, onde o ontem, o hoje e o amanhã já estão presentes.
17. “O som e o significado nele contido estão presentes em estado confuso. Ao executar o Samyama do som, eles são resolvidos e surge a compreensão dos sons emitidos por qualquer ser vivo.”
No Tantra há a concepção de que todas as coisas estão vivas, pois são concentrações de energias dotados, portanto de vibrações diversas. Elas falam uma “linguagem” que não entendemos, pois estamos presos a tridimensionalidade e aos sistemas de referência dos sentidos. É possível ao homem, graças à prática, tornar-se aberto a essas dimensões ele passa então a compreender os sons naturais produzidos pelos diversos sons. A “música das esferas” de Pitágoras tornar-se algo vivo e palpitante.
18. “Pelas percepções diretas das impressões, nasce o conhecimento dos nascimentos anteriores.”
Na concepção tradicional reencarnacionista, todos os seres possuem registradas nas camadas mais profundas de sua estrutura, as marcas do passado. Elas podem aflorar e com isso nasce a memória das vidas passadas. Inúmeros são os casos de lembranças de episódios de vidas anteriores nascidas espontaneamente ou induzidas pela regressão hipnótica. Este extraordinário arquivo pode ser contatado através de certas práticas.
19. “Pela percepção direta através do Samyama (concentração, meditação e contemplação) da imagem que ocupa a nossa mente, atingimos o conhecimento da mente dos outros.”
Acaba neste instante a privacidade, pois podemos observar os que os outros pensam.Algo que pode ser extraordinariamente desagradável e perigoso e que pode ser de grande valor na espionagem, razão pela qual as superpotências dedicam grandes recursos neste campo de pesquisas, especialmente sobre a Clarividência, a que se refere o aforismo anterior.
21. “Executando o Samyama na Forma, e ao suspender o poder receptivo, o contato entre o olho do observador e a luz (do corpo) é rompido e com isso, o corpo torna-se invisível.”
A tradição da invisibilidade é encontrada em todo o mundo. Diversos autores exploram o tema em seus romances e contos. Nas histórias referentes a vários Santos e Mestres da Sabedoria, há o testemunho do aparecimento e desaparecimento desses seres, ou de objetos e cartas nas quais diversas situações.
25. “Ao executar o Samyama na resistência dos animais, teremos a força de um elefante.”
Alguns exercícios permitem a eclosão de uma força sobrenatural em corpos muitas vezes franzinos. Certos guerreiros, na antiga tradição da espada, eram imbatíveis, tal a sua força e agilidade. As tradições marciais da China e do Japão estão repletas de exemplo.
26. “O conhecimento do pequeno e do oculto, ou do distante, é possível, dirigindo a luz da faculdade super física.”
Essa faculdade “super física” permite que o homem perceba o mundo infinitamente pequeno ou infinitamente grande. Um exemplo notável são as pesquisas sobre a estrutura dos elementos, seus átomos e componentes apresentados no livro “A Química Oculta” e que foram feitas por C. W. Leadbeater e Annie Besant.
27. “O conhecimento do universo vem do samyama sobre o Sol..”
Um exemplo desse poder de “ver” sem possuir telescópio é encontrado no povo Dogon que habita o Mali e o Burkina Faso, no continente da África. Os dogons do Mali são um povo que vive em uma remota região no interior da África Ocidental – são cerca de 400 a 800 mil e a sua maioria vive em aldeias penduradas nas escarpas de Bandiagara, ao leste do Rio Níger.
Ainda não podem ser qualificados como “primitivos”, pois possuem um estilo de vida muito complexo, e não são excelentes candidatos a possuir muitos conhecimentos. Mas algo bem incomum é que parecem saber da existência dos anéis de Saturno e das luas de Júpiter, objetos que só podem ser vistos com a ajuda de telescópios. Mas o mais intrigante são suas crenças e conhecimentos sobre a estrela mais brilhante vista da Terra, o sistema estelar Triplo de Sírius, eles parecem saber que Sirius faz parte de um sistema estelar binário, cuja segunda estrela, Sirius B, uma anã branca, é, contudo, completamente invisível para o olho humano. Essa estrela leva 50 anos para completar sua órbita e na cultura Dogon existe uma celebração que ocorre justamente a cada 50 anos, a qual seria em honra à estrela. E existência de Sirius B só pode ser verificada de fato através de cálculos matemáticos realizados por Friedrich Bessel em 1844.
Além disso, eles sempre souberam da função do oxigênio do corpo e da circulação do sangue, coisas que a ciência ocidental só descobriu em tempos modernos. Os sacerdotes dogons dizem que sabem desses detalhes, que aparentemente são transmitidos oralmente e de forma secreta, séculos antes dos astrônomos surgirem.
30. “Ao executar o Samyama dirigido ao centro de força do umbigo (Manipura), surge o conhecimento da organização do corpo.”
Foi graças a esse poder que as medicinas tradicionais do Oriente desenvolveram a acupuntura, com seus meridianos, pulsos, os centros de força e os nadis ou meridianos (canais de circulação de energia).
31. “Ao executar o Samyama no centro localizado no umbigo. cessam a fome e a sede.”
Os yogues que ficam enterrados durante dias num regime de hibernação conhecem essas técnicas. Como também os inúmeros eremitas que vivem em cavernas nas montanhas geladas do Himalaia, desligados de qualquer contato com o mundo exterior.
33. “Executando o Samyama à luz, no topo da cabeça, surge a visão dos Seres Perfeitos.”
Os Mestres da Sabedoria, os Adeptos, os Arhat, os Bodhisatvas, os Tirtankaras (No Jainismo, é um ser que conseguiu escapar ao ciclo dos renascimentos e que ensinou aos outros como poderiam também escapar desse ciclo.), são seres supremamente desenvolvidos, libertos dos ciclos de sucessivas existências. São presenças podem ser percebidas por aqueles que derem condição para que a comunicação se estabeleça. A meditação do chakra coronal (o das mil pétalas), o Sahashara, torna possível essa percepção.
35. “Executando o Samyama coração, nasce a consciência na natureza da mente.”
O homem pode então perceber o funcionamento do processo mental, alterando-o conforme as necessidades ditadas por sua vontade. Normalmente esse “mecanismo” opera automaticamente, levando-nos de roldão. Com isso, sofremos e fazemos com que os outro sofram. Quantas palavras são ditas espontaneamente e vão obrigar-nos a nos arrepender seriamente no futuro. O homem que conhece o “mecanismo” da mente pode operá-lo para obter os melhores (ou piores) resultados. A mente é como um bisturi que cura e mata.
39. “A mente pode penetrar o corpo de outro quando ocorrem o “relaxamento” das causas de escravidão e o conhecimento das passagens.”
Duas palavras são profundamente significativas: “relaxamento e” “passagem”. Relaxar é soltar, desprender, distencionar o que normalmente nos tolhe a liberdade. Enquanto isso não acontecer, o nosso corpo mental está preso à estrutura emocional e mental e não pode “viajar”. Uma vez livre, há “passagens” – canais, caminhos, meios – que nos permitem entrar no corpo de outrem, podendo assim sentir os seus problemas e sofrimentos.
42. “A execução do Samyama na relação existente entre o ouvido e o Akasha (éter) produz a audição super física.”
É possível ampliar o campo auditivo percebendo o que está sendo falado a milhares de quilômetros ou por trás de grossas paredes. No campo da Parapsicologia, essa faculdade é chamada Clariaudiência.
43. “A executar o Samyama na relação entre o corpo e o Éter, e ao mesmo tempo produzindo a união da mente com a luz, nasce a capacidade de transferir o corpo de um lugar para outro.”
É chamado desdobramento e testemunhado nas histórias ligadas a muitos homens que atingirem a santidade e que chegaram a possuir o dom da ubiqüidade. Ou seja, estar em dois lugares ao mesmo tempo. Como são, por exemplo, as tradições ligadas no mundo cristão a Santo Antônio.
Os Siddhis tratam-se de algo muito sério, estranho, que aberra dos sentidos e parece se chocar com as leis da Natureza. Todo aspecto exótico e extraordinário do Tantra provém da eclosão desses poderes. É preciso chamar a atenção para a complexidade que eles representam para os que não estão preparados para possui-los e que se destroem – dizem os textos antigos – como as mariposas em contato com a chama.
Bem, após termos tratado da constituição total do homem e de seus poderes latentes vamos passar, agora, ao nosso trabalho, propriamente dito.
– Sobre as praticas
Existem diversas formas de se meditar. Atualmente, então, proliferam de uma maneira incrível. Algumas são extremamente bem fundamentadas e alicerçadas e tradições muitas vezes milenares outras são adaptações, criações de seus divulgadores. Ao iniciarmos esse caminho devemos procurar entender as bases nas quais as mesmas se encontram estabelecidas para minimamente não perdermos tempo inutilmente e maximamente não acarretarmos sérios problemas para nossa vida em virtude de praticas nocivas.
O nosso trabalho encontra-se baseado num aprendizado constante que teve seu nascedouro há muitos anos fruto do estudo e pratica com pessoa de amplo conhecimento sobre o tema que nos permitiu visualizar levemente atrás do véu desse inesgotável e ilimitado tema.
Esperamos que de alguma forma ele possa ser útil a aqueles que se dispuserem a realiza -lo
Inicialmente, é composto de ensinamentos acerca de relaxamento e concentração.
O porquê deles é o seguinte:
No que se refere ao relaxamento é através dele que vamos preparando o nosso corpo para o trabalho. Um corpo tenso esconde muitos bloqueios, como já sabemos ou podemos inferir do aprendido. Assim relaxando-o começamos a, também, eliminar alguns bloqueios pois que passamos a ter uma consciência dele e isto leva-nos a descobrirmos muito de nós.
Já na outra parte, que é a concentração, sua razão é a de que estamos tão habituados com o mundo exterior que não temos a mínima condição, em razão disto, de conhecermos o nosso mundo interior, ele nos é uma incógnita. Assim sendo o primeiro passo para nos aventurarmos neste estranho e desconhecido mundo é aprendemos a nos concentrar para, desta forma eliminar, o mais possível, da nossa percepção, por um tempo, o mundo externo. Logo teremos condições de começarmos a ouvir o nosso interior.
As duas práticas estão intimamente relacionadas, pois que quando você inicia o relaxamento você também, esta treinando concentração.
Iremos observar que todas as nossas práticas se interrelacionam uma levando a seguinte e assim sucessivamente.
Além do aspecto prático é abordado o lado teórico de cada uma delas, claro que de uma maneira bastante simples, pois que cada um dos temas da margem a um longo e amplo estudo. Procuramos o mais possível, colocar os pontos mais importantes, se você desejar e puder aprofundar-se mais existe vasta literatura a respeito de cada um deles.
A prática dos exercícios, desde que realizada conforme o ensinado trarão os resultados esperados, claro que cada indivíduo tem o seu ritmo de resultado, assim uns rapidamente atingiram estágios mais adiantados enquanto os outros lentamente e outros ainda pareceram nada progredir. Não se espante todos estão aprendendo e os resultados viram a seu tempo.
Duas palavras muitíssimo importantes que deveram ser constantemente lembradas por você no seu trabalho tais são:
PACIÊNCIA e PERSEVERANÇA
Só assim resultados satisfatórios, bons e ótimos serão atingidos. Lembre-se uma boa construção necessita de sólidos alicerces, caso contrário desabará na primeira tempestade.
Pratica 1 de Meditação – Relaxamento