
Todos os antigos mestres do passado e do presente afirmam que um corpo saudável e de funcionamento normal se submete mais facilmente ao controle da consciência e da mente que um corpo enfermo, desordenado e não balanceado e de que não se sabe nunca o que é que se pode dar de si. Mas ainda, é fácil depreciar a um corpo saudável, já que um corpo doente submete o homem a sua vida, o faz pensar demasiado nele, exige demasiada atenção, exigindo energias e tempo que deveriam ser dedicadas a consecução de outros objetivos.
Dado que o Equilíbrio do ser humano não é possível sem uma perfeita harmonia entre o corpo e a mente. A mente se vê obrigada a prestar ao corpo uma atenção que, desafortunadamente, há milênios não vem sendo prestada.
Se desejamos fortalecer nossa mente e nossa capacidade de percepção sensorial e emocional, o caminho para esse fim, ainda que pareça paradoxal começa pelo corpo.
“É necessário, como primeira etapa no desenvolvimento do ser humano, um corpo saudável; preparar fisicamente o homem para que possa suportar todas as penalidades relacionadas com o funcionamento nele de todas as forças psíquicas superiores; a consciência e a vontade superiores, as emoções intensas, etc.
Estas forças não funcionam no homem ordinário. Seu despertar e desenvolvimento produzem uma poderosa tensão e pressão no corpo físico. E se o corpo não está treinado e preparado por exercícios especiais, se encontra-se em sua condição ordinariamente doente, não pode resistir a esta pressão e não pode continuar com o extraordinário trabalho dos órgãos de percepção e da consciência, que se encontram inevitavelmente conectados com o desenvolvimento das forças e possibilidades superiores do homem.” (P. Ouspensky, Um Novo Modelo do Universo).
Em realidade, a personalidade e conduta de um ser humano é conseqüência do estado em que se encontra seu equilíbrio existencial. Equilíbrio reciproco e não dissociável entre sua mente, seu corpo e o Universo do qual faz parte sua existência.
Se tivermos em conta a essência energética dos processos mentais, assim com também o fato de que o corpo – a matéria ou forma continente de nosso eu – não é outra coisa que energia estruturada, o equilíbrio anterior, dada a inter-relação e reversibilidade entre matéria e energia, pode configurar-se de forma similar como: “energia matéria meio exterior” interagindo entre si.
Quer dizer, trata-se realmente de um equilíbrio triangular onde o processo global, integrado por três processos parciais intimamente inter-relacionados entre si, se modifica no momento em que se produza qualquer alteração de um deles.