BENEFÍCIOS DA PRATICA DO TAI CHI

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            – Ao Organismo Humano                                      

            Do ponto de vista físico, o tai chi chuan  propicia, como  qualquer tipo de exercício, realizado  de  forma  e  intensidade  adequadas, a seus praticantes, vantagens comuns  a  todo  treino  fisiológico do organismo.                                       

            Assim quando procedemos  uma  análise  individualizada  dos  benefícios por sistemas e aparelhos, sendo  o  corpo  humano  um  todo indivisível, qualquer melhora ou déficit produzido  em  uma  de suas partes vai repercutir de maneira automática, para suprir  ou  compensar  qualquer  desvio  ou  anomalia  de  outra  parte:  princípio de adaptação e de substituição.                       

            Examinando as possíveis  repercussões  que  a  prática  do tai chi chuan possa ter, devemos ver a idade do praticante e o  momento  circunstancial   de   seu   desenvolvimento   vital   e  cronológico.                                                    

            Podemos dividir em dois grandes períodos,  subdivididos  em  dois capítulos em função da idade.  Com  algumas  diferenças  de  acordo com o sexo e as características pessoais de cada  pessoa:  constituição, hábitos, patologia prévia, etc.                   

            I. Primário         1. Crianças (6 a 10 anos)                

            II. Secundário    2. Adolescência (11 a 18 anos)           

                                      3. Juventude (19 a 30/35 anos)           

                                      4. Madureza (35 anos em diante)          

            Durante estas fases, a resposta fisiológica ante  estímulos  semelhantes  será  diferente  em  cada  nível,  independente  da  motivação  pessoal  e  as  rotinas  de  trabalho,   terão   suas  indicações  corretas  em  cada  época.  Podemos  destacar   três  aspectos onde incidirão positiva ou  negativamente  as  práticas  dos esportes – e concretamente do tai chi chuan  –  de  acordo  com a época da vida da pessoa considerada:                      

            a) Quanto ao seu desempenho eminentemente somático         

            b) Em  seu  componente  psicológico.   Com   fenômenos   de adaptação e assimilação ante  a  nova  situação  onde  a pessoa se desenvolve                                    

            c) Considerando sua vida de relação e comunicação, em forma de resposta ao  seu  meio,  em  função  do  conjunto  de experiências e e estímulos adquiridos.                  

            –  Na  primeira  fase  (criança)  e  princípio  da  segunda  (adolescência)  terão  importância   preponderante   o   correto  desenvolvimento  somático  (esquelético  e  muscular),   devendo  evitar qualquer técnica ou exercício  que  possa  comprometer  a  evolução normal harmoniosa do conjunto.                         

            Assentam-se  as  bases  de  uma  fisiologia  correta  do  exercício, enquanto se acostuma de forma progressiva e superar o  cansaço, aproveitando ao máximo as capacidade de sua idade:     

 elasticidade,  flexibilidade e outras

            Corrigem-se ou evitam erros freqüentes  na  infância:  má  coordenação motora, falta de firmeza, etc.                      

            –  As  duas  últimas  fases  consideradas  têm  linhas   de  transição pouco marcadas, e assim os benefícios se  misturam  em  maior ou menor medida, de acordo com os indivíduos.             

            Na plena juventude, o tia chi chuan  ajudara ainda mais  a  potencializar  a  capacidade  física: muscular, respiratória,  cardíaca, etc. Será aperfeiçoado seu controle e  aproveitará  ao  máximo as possibilidades.                                       

            Na última fase considerada,  devemos  assinalar,  antes  de  mais nada, a grande diferença existente entre  aquele  grupo  de  indivíduos que sempre praticaram esportes, das outras pessoas que pela primeira vez chegam  a  local de prática. Para estes últimos, o grande problema  será  a  falta de hábito, a inconstância e  o  abandono  a  curto  prazo,  quase sem tempo de constatar os benefícios e qualidades.        

            Para o outro grupo já veterano,  a  passagem  do  tempo  os  condiciona e de alguma forma os impede de abandonar  a  prática.  Através das praticas eles vão  conseguir  atrasar  a  ação  deteriorante  dos  anos,  conservando  o   tônus   muscular,   a  agilidade,  o   sentido   do  equilíbrio,   resistência,   etc.  domésticos, profissionais,etc.                                   

Vamos  tratar  agora   mais   especificamente   ainda   dos  benefícios observando-os nos diversos aparelhos  e  sistemas  do  corpo.                                                          

            – Aparelho Locomotor                                       

            Constituído  por  uma  estrutura  óssea   e   cartilaginosa  (esqueleto) que como elemento estático representa a armação onde  estão guardados todos os órgãos do corpo humano: sistema nervoso  central   (SNC)    e    periférico,    órgãos    dos    sentidos  (visão,olfato,etc),  vísceras,  glândulas   e   seus   conteúdos  líquidos: sangue, linfa, etc.                                   

            Sua mobilidade e capacidade  funcional  é  determinada pela  ação dos diversos conjuntos de massas musculares,  ativadas  por  impulsos nervosos produzidos no sistema nervoso. Tais  músculos,  juntamente com elementos intermediários, como  os  ligamentos  e  tendões, e  em  ação  conjunta  com  as  diversas  articulações,  permitem ao indivíduo exercer sua capacidade ambulação e levar a  cabo toda as ações voluntárias desejadas.                       

            Este  conjunto  confere  uma  gama  de  possibilidades   de  movimentos quase infinita, dentro de limites  fisiológicos,  que  vão  desde  o  imperceptível  piscar  até  a  ampla  rotação  da  articulação do ombro (escápulo-umeral,), desde  a  aplicação  de  uma força de um décimo de grama  até  um  máximo  de  150  Kg  d  potência.                                                       

            A aplicação destas funções através da  ação  muscular  pode  ser feita por dois tipos de contração:                           

            a)isométrica: sem  deslocamento  nem  alongamento  da   fibra muscular                              

            b)isotônica: com deslocamento e alongamento da  fibra muscular cuja diferenciação terá importância capital do ponto de vista da  aplicação e especialidade da  força  empregada,  e  uma  possível  repercussão sobre o desempenho e condicionamento fisiológico  do  organismo estudado.

            Na idade infantil e adolescência devemos prestar  a  máxima  atenção  ao  realizar  a  escolha  do  exercício.  Os  elementos  esqueléticos nestas idades são dotados de uma grande  capacidade  de flexibilidade, a um ponto que nos ossos  longos,  em  vez  de  produzirem-se fraturas normais, serão  na  forma  denominada  em  “galho verde”, sem chegar a romper totalmente a estrutura  óssea  e sem fragmentação. Mas ainda não estão calsificados  os  pontos  de crescimento (cartilagens de conjunção),  por  isto  deve  ser  evitada qualquer  atividade  física  ou  prática  esportiva  que  inclua  uma  sobrecarga  ou  limitação  sobre  o  esqueleto   em  formação: coluna vertebral, extremidades, etc., o que produziria  alterações de desenvolvimento permanentes.                      

            Sem necessidade de recorrer a  exemplos  tão  excepcionais,  são características as deformidades desenvolvidas em arqueiros,  tenistas, não apenas em hipertrofias musculares como  também  no  comprimento do membro superior, como por alongamentos tendinosos  e afrouxamentos articulares.                                    

            O Tai Chi Chuan cumpre com perfeição estas  intenções  e  adaptações, suas técnicas  favorecem  a  contração  e  distensão  muscular, os esforços são realizados sem contrações  mantidas  e  evitam-se  as  ações  isométricas,  trabalhando  como   elemento  fundamental o relaxamento, a flexibilidade e a  extensão  máxima  dos grupos musculares e articulações, etc. Ainda  será  maior  o  beneficio que o tai chi chuan proporciona ao indivíduo quanto  ao grau de aproveitamento funcional articular, em qualquer idade  e comparativamente com outros atividades fisicas.

            As grandes articulações, escápulo-umeral (ombro),  cotovelo  joelho e especialmente o quadril, em função da  rica  e  variada  gama  de  exercícios,  vão  determinar  uma  série  de  cápsulas  articulares e ligamentos capazes de dotar o praticante de  possibilidades  funcionais  de  suas  extremidades  (principalmente  o  membro  inferior)   que   podemos   examinar  matematicamente em graus de ângulos de maior aproveitamento, com também permitindo uma maior agilidade  e  capacitação  para  a  prática   de   outros   atividades   ou   no  desenvolvimento da vida cotidiana.                              

            Por sua vez,  a  massa  muscular  do  praticante  , independente do desempenho e da  tonicidade   muscular  resultante do trabalho específico a que se  submete,   obtém  uma  qualidade de fibra muscular  não  excessivamente  hipertrofiada,  com  uma  resposta  eficaz  e  sem  as  indesejáveis  contrações  habituais, produzidas em outras práticas  físicas,  em  nível  idêntico de intensidade de treino e dedicação.                  

            Por tudo isso, resumimos que o tai chi chuan  repercute  beneficamente  neste   capítulo   ósseo-articular   e   músculo-  ligamentoso, produzindo:                                        

            1. Uma maior flexibilidade da coluna  vertebral  e  grandes  articulações, o que determina a ausência  ou  desaparecimento de    habituais quadros dolorosos de cervialgias: dores de  pescoço  e  nuca, dorsalgias,  a  clássica  dor  das  costas,  sem  possível  diagnóstico  orgânico   patológico   dentro   da   traumato   ou  reumatologia, e as típicas lombalgias: dores nos rins.          

            2. Maior capacidade funcional geral, com amplo  sentido  do  equilíbrio  corporal  e  um  alto  grau   de   flexibilidade   e  elasticidade o que vai determinar maior agilidade ante  qualquer  situação que requer um esforço físico.                          

            – Aparelho Respiratório e Sistema Circulatório             

            Para a prática  de  qualquer  atividade  é  imprescindível  o  perfeito funcionamento destes dois sistemas, visto que através deles obtemos e distribuímos o elemento  fundamental (oxigênio),  para realizar a  combustão  –  a  nível  celular  –  de  todo  o  metabolismo e nutrição dos diferentes tecidos.                  

            Do funcionamento: captação, distribuição  e  eliminação  de  produtos residuais uma vez realizados  todos  os  processos  dos  dois sistemas, respiratório e circulatório, digamos aqui que  as  ditas capacidades se regem em  função  dos  estímulos  nervosos,  bioquímicos e funcionais em íntima coordenação.                 

             O praticante do tai chi chuan,  das  diversas praticas  rotineiras que realiza, vai  se  exercitar  primeiro  nos  vários  tipos  de  respiração.

            Como conseqüência imediata de tal atitude, se  derivará  um  mais claro  conhecimento  do  esquema  corporal  e  da  mecânica  respiratória, a qual dentro de uma execução  correta,  determina  uma melhor  oxigenação  e,  conseqüentemente,  maior  rendimento  muscular, superior coordenação.                                 

            Desta forma, enquanto se  participa  ativamente, aprendendo  técnicas concretas de que  se  trate,  se comprova o porquê e para que da mecânica respiratória.       

            Já, no que se refere  ao  sistema  circulatório  não  é  um  segredo para ninguém que ele experimenta um notável  aumento  de  seu possível rendimento graças ao exercício físico.             

            Sabido é que o coração:                                    

            1.engrossa suas paredes musculares (miocárdio),fazendo mais  potentes sua contrações;                                        

            2.dilata  dentro  de  linhas   normais,   suas   cavidades,  preferentemente os ventriculos e especialmente o esquerdo;      

            3.que aumenta o volume de  sangue  (e  em  conseqüência  de  oxigênio) que envia em cada contração de suas paredes (sístole),  desta forma podemos  dizer  que  o  “volume  minuto”,  que  é  a  quantidade de sangue em unidade de tempo, é maior do que se  não  tivesse  se  contraído,  e  como  benefício  imediato   de   tal  circunstância teremos:                                           

            I.maior  quantidade  de  sangue  lançado  na   corrente   circulatória com menos números de  batidas  cardíacas por minuto;                                              

            II.menor  consumo  de  oxigênio  do   próprio   músculo  cardíaco ou atuar menor número de vezes;               

            III.melhor estado funcional de  suas  fibras  ao  serem    irrigadas por umas artérias  coronárias  submetidas    também  à  batida,   com   um   maior   calibre   e    permeabilidade  e,  em  conseqüência   uma   melhor    adaptabilidade de todo  o  conjunto  para  suportar    situações-limite  de  esforços  intensos,  sem  que   apareçam  sinais  de  insuficiência  nem  no  ritmo    cardíaco nem nas cifras tensionais.                   

            Em  todos  esses  processos   circulatórios   é   condição  indispensável uma total correlação e equilíbrio com os fenômenos  já descritos da função respiratória.                            

            Até aqui, estas ações seriam comuns  a  qualquer  organismo  submetido a um treinamento inespecífico, mas, além da  regulação  hemodinâmica e bioquímica conhecido dos processos  anteriores  e  do  controle  nervoso  intrínseco  do  funcionamento   cardíaco,  influem neles outros estímulos nervosos superiores, responsáveis  com freqüência por alterações funcionais, até sem relação com  o  esforço físico, que  se  traduzem,  por  exemplo,  em  crise  de  taquicardia (aumento  da  frequência  cardíaca),  extra-sístoles  (alterações  do  ritmo),  como  consequência   de   estados   de  desequilíbrio emocional.                                        

            – Sistema Endócrino e Metabólico                            

            O completo ciclo de estímulos  e  respostas  bioquímicas  e  hormonais em  que  estão  baseados  todos  os  nossos  processos  fisiológicos encontra-se em perfeita e indivisível conjunção  do  comportamento de cada um. Todos os esforços a que  submetemos  o  organismo serão  automaticamente  traduzidos  em  uma  série  de  mecanismos de adaptação  e  compensação,  tanto  mais  enérgicos  quanto maior seja o estímulo  que  os  determine,  nesta  linha,  sempre que tais requisições sejam dentro de limites fisiológicos  A repetição dos mesmos vai resultar  favorável  e  enriquecedora  para o indivíduo  saudável,  contribuindo  para  fortalecer  seu  organismo.                                                       

            Através da pratica, a  resposta  fisiológica  se  canaliza, educa e equilibra, e com isso potencializamos ao máximo os elementos vivenciais  que  vão  produzir  o  desencadeamento  do equilíbrio e harmonização sistêmico  e   a  subsequente resposta será precedida de um sentido  de crítica e análise do estímulo mais ponderado. Tudo isto  como  resultante  do  maior  equilíbrio  psicofísico  e  emocional  do  indivíduo.                                                      

            Os indivíduos que sofrem de algumas alterações  metabólicas  como: obesidade, certo tipo de anorexias, etc, com  um  evidente  componente neurótico, beneficiam-se  com  a  prática  nem tanto pelo exercício físico praticado, e  sim  pela  combinação deste e o equilíbrio emocional obtido,  reforçando  a  autoconfiança e corrigindo distonias neuro vegetativas.          

            – Aparelho Digestivo 

Na  mesma  linha  que   falávamos   anteriormente,   poucos  conjuntos orgânicos são tão suscetíveis de influências  (segundo  o estado ou situação afetiva do indivíduo)o  quanto  o  aparelho  digestivo.                                                      

            Independente de todos os benefícios  comuns  que  a  função  digestiva possa ter com a vida saudável, devemos salientar que o  conjunto de alterações, simplesmente  disfunções  ou  autênticos  quadros patológicos que incidem no trato  digestivo,  em  função  das causas psicogênicas, é muito variado.  Vai  desde  as  aftas  labiais e bucais (os clássicos “sapinhos”), continuando  com  as  dispepsias,  sensações   de   opressão   precordial   ou   “bolo  histérico”, as disquinesias biliares  (alterações  no  ritmo  de  produção ou quantidade de bílis), as características  gastrites,  úlceras  gástricas,  pilóricas  ou  duodenais,   de   altíssimos  componentes de origens psicogênicas e os quadros transitórios ou  permanentes de prisões de ventre ou diarréias alternantes. Não é  por acaso, que em grande número de praticantes do tai chi  antes vítimas destes padecimentos, observamos  a  diminuição  de  tais processos e até a total cura destas  doenças  ao  longo  da  prática.                                                        

            É evidente que, através da pratica, como  mostramos  anteriormente, podemos determinar uma ação  no  comportamento  e  resposta da vida emocional do indivíduo, obtendo uma integração  de sua personalidade e equilíbrio afetivo.                      

            – Sistema Nervoso                                          

            Todas e cada uma das funções estudadas até este momento e a  influência benéfica que a  prática  pode  nelas  determinar  não  devemos esquecer que estão submetidas  a  uma  monitorização  de  faixa superior central, representando pelo sistema nervoso,  que  se bem atua de forma coordenada e interativa como parte e  todo,  na hora de considerar os benefícios obtidos de forma parcial, em  seu conjunto poderemos  soma-los  ao  determinado  pelas  vitais  dotações que a cada um deles confere como o sistema nervoso.    

            Separando em seu conjunto as concepções  já  referidas  dos  elementos vantajosos derivados da prática, ao  tratar de analisar a repercussão que aqueles nos tem produzido a  nível de sistema nervoso,  dividiremos  este  elemento  em  três  departamentos. 

            1.Funções Motoras: acerca delas já descrevemos  no  aparato   locomotor como o sujeito obtem um  melhor  conhecimento   de seu esquema corporal exteroceptivo, de sua  capacidade   de  deslocamento  no  espaço,  de   sua   coordenação   e   equilíbrio, como adapta-la a seu proceder físico, um novo   código na combinatória dos distintos  movimentos  através   de encadeamento  da  técnica.  As  respostas  motoras  em   conseqüência são  mais  rápidas  e  precisas,  com  maior   liberação  energética  e  superior  funcionalismo,   que   prescinde o supérfluo.                                     

            2.Funções Sensitivas: neste  aspecto,  ao  potencializar-se   também o conhecimento do esquema corporal  interoceptivo,   através da relação e concentração mental, o  sujeito  “se   vê por dentro”, aprende a “escutar”  e  a  auto-analisar,   sem  cair   na   hipocondria   (temores   infundados   no   padecimento de disfunções ou enfermidades),  o  mecanismo   de atuação  dos  órgãos  de  seus  sentidos,  sistemas  e   aparelhos,  melhor  conhecimento  através  do   qual   se   familiariza com eles, obtém mais e melhor  rendimento  de   sua capacidade, potencializando  aqueles  elementos  mais   débeis ou pior dispostos.                                  

            3.Funções Intelectuais: estas em geral,  que  já  de  forma   indivisível se tem  beneficiado  nos  tópicas  anteriores   descritos, em seu aspecto de auto estima e  comportamento   afetivo  frente  aos  demais,  reunirá   uma   série   de   características sobressalentes. Como premissa inicial,  o   melhor conhecimento de si mesmo o situa em  um  plano  de   evidente vantagem para corrigir erros.                     

            O equilíbrio psicofísico que determina a prática do tai chi prepara uma  diminuição  paralela  da  agressividade ou  quando menos uma canalização controlada e  positiva,  eliminando  os estados de ansiedade e angústia típicos do homem  moderno  na  sociedade atual. O treinamento físico, está condicionado por uma  atividade mental especial,  na  que  se  treina  a  avaliar  com  espírito racionalista situações diversas e imprevistas, às quais  tem de adequar uma  resposta  de  forma  imediata,  porém sempre  segundo a aplicação de uma técnica estrita, toda ela  dentro  de  determinados critérios e comum controle pré estabelecido.       

            Tudo  isso,   como   dissemos,   favorece   a   coordenação  psicofísica,  potência  e  melhora   dos   sistemas   de   auto  conhecimento  intra  e  extereo conceptivos  do  sujeito  e   sua  capacidade de percepção, iniciativa e improvisação.

            Resumindo  o  que  dissemos  acima  acerca   do   corpo   e  acrescentando uma análise mais  detida  do  aspecto  interno  a pratica visa, como já dissemos anteriormente,  a  que  o  homem obtenha a PAZ INTERIOR.                                   

            Esta é conseguida através de um perfeito equilíbrio entre o  corpo e a mente,  mediante  a  execução  de  uma  ampla  gama  de  técnicas corporais e mentais. Pode-se estar cansado  e  fatigado  mas  sai-se  da  atividade   estimulado,   tanto   física   como  psicologicamente, sobre tudo pelo trabalho com a  agressividade,  um dos maiores males do homem e que  na  maioria  das  vezes  se  mantém oculto  causando  muitos  desequilíbrios  que  são  assim  corrigidos.                                                     

            A consecução de dita finalidade,  implica  toda  uma  série  caleidoscópica   de   objetivos    intermediários,    com    uma  transcendência humana e social tão  harmoniosa  quanto  ou  como  pouco  conhecida.  Entre  elas  figuram,  do  ponto   de   vista  fisico psicológico:                                              

            – Tomada de consciência e aceitação do  próprio  corpo, com todas as travas obsessivas que  assim  se  rompem  (flacidez, excesso de sono, falta de graça  corporal), tanto a nível individual como grupal;       

            – Escutar interiormente o corpo  e  como  trabalham  os músculos necessários, de acordo com  o  princípio  da  máxima estabilidade e o mínimo gasto energético;         

            – Aviva o mundo sensitivo e sensual mediante o trabalho da coluna vertebral, o baixo abdómen e a pelvis;         

            – Controle  do  corpo;  conhecimento  do  próprio  eixo  corporal,  do  volume  (dimensão   corporal)   e   do  movimento com o mínimo gasto energético. Isto permite uma  colocação  correta  no  espaço  tanto  do  corpo individual como do grupal, o que se traduz na relação com  os  demais,  assim  como   os   movimentos,   se  dulcificam, se fazendo menos compulsivos;                

            – Capacidade de passar do relaxamento total a  explosão violenta do Chi (energia) e retornar  de  imediato  ao  relaxamento, como fazem os animais da natureza;          

            – Melhora dos biorritmos e da utilização da  própria energia vital, tanto pelo conhecimento interior  como  pela  melhora  da  respiração  conseguindo que as constantes vitais – ritmo  respiratório  e cardíaco,  fluxo sanguíneo  – alcancem  seu  valor   mais  equilibrado;       

– Desenvolvimento da vontade, constância, o  desejo  da  superação  pessoal,  da  humildade  para  aceitar  as   próprias limitações da capacidade para suportar a dor   física;                                                   

            – Enviar dados a mente tanto do  corpo  como  do  mundo  exterior que esta jamais processou e que repercutiram  em novas reestruturações da  unidade  existencial do indivíduo;                                               

            – Desenvolvimento de uma  harmônica  coordenação  muscular, seqüência  progressiva,  para  só  imprimir potência no  instante  do  suposto  impacto,  o  qual   obriga ao praticante a controlar seu sistema nervoso,  empregando só aqueles músculos que requerem a técnica e   mantendo   relaxados  os  restantes  para  evitar desperdiçar  força.  Esta  coordenação tem a vantagem     imediata de proporcionar ao  aluno  desta  disciplina   uma  verdadeira  sensação   de   prazer   físico  ao    sentir-se, totalmente dono de seu próprio corpo;         

            –  Facilitar  o  meio  idôneo  de  expressão  corporal,  mediante o  qual  o  praticante  projeta  sentimentos   internos tão  significativos  como  a  agressividade,    sinceridade, pureza de  espírito,  ódio  e  amor  sem   necessidade  de  recorrer  aos  cinco  sentidos   que  processa a mente.                                        

            – Liberação e  controle  de  agressividade  na  prática   normal e no combate graças a um rigoroso  auto domínio  psicossomático;                                          

            – Liberação de energias desarmonicas, tais como excesso de  calorias, angústia e  temores  físicos  e  psíquicos,  através da criação prática corporal;                     

            – Um perfeito equilíbrio e  controle  da  respiração  e  consequentemente,  da  concentração  e   relaxamento,   assim como um adequado aproveitamento da energia  que  se insufla durante a inspiração.                         

            – Uma grata sensação de segurança física que  facilita, em grande medida, o caminhar  tranqüilo  pelas  ruas,   fora do alcance  da  violência  que  existe  no  meio   ambiente;                                                

            – Uma  excelente  flexibilidade,  elasticidade,   força  muscular e rejuvenescimento do corpo, assim  como uma  grande resistência muscular para todos  os  tipos  de   esportes e trabalhos físicos.                            

            – Uma cálida sensação  de  solidariedade  pela  prática  coletiva  em  pares,  assim   como   uma   harmoniosa   percepção integradora da natureza quando se  trabalha individualmente em contacto livre com ela.                

            O Tai Chi,  trabalha  fundamentalmente  a  coluna  vertebral e a zona pelviana, cruz corporal donde radica a  fonte  de vida, da saúde e  do  equilíbrio  psicossomático  que permite  alcançar a integração correta entre o  corpo,  e  a  mente  e  o  espírito.                                                       

            Logicamente,  a  tomada  de  consciência,  controle   e   e  aceitação do nosso corpo, se vivem de forma gratificante,  sendo  este um dos maiores estímulos para que os praticantes continuem.

            O equilíbrio  corpo mente  implica  um  correto  equilíbrio  bioenergético, bioquímico, um fluxo continuado  e  harmônico  da  energia vital do Chi. Dito equilíbrio,  frágil  como  cristal,  é  rompido  facilmente  pelas  frustrações,   agressões   do  meio,  inibições,  traumas  de   todo   o   tipo,   dietas   incorretas  produzindo-se acúmulos de energia desarmônica que bloqueia o fluxo  normal  de  Chi,  aparecendo  assim  transtornos   emocionais   e  personalidades violentas e agressivas.                          

            Repetimos pois, ai radica o mais  harmonioso  objetivo  da pratica do Tai Chi Chuan; na  restauração  e  reforçamento  do  equilíbrio  psicossomático, desde que através do corpo em  harmonia  com  as  leis que regem os fenômenos naturais  e  a  plena  vivência  com  eles.                                                           

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