
– Ao Organismo Humano
Do ponto de vista físico, o tai chi chuan propicia, como qualquer tipo de exercício, realizado de forma e intensidade adequadas, a seus praticantes, vantagens comuns a todo treino fisiológico do organismo.
Assim quando procedemos uma análise individualizada dos benefícios por sistemas e aparelhos, sendo o corpo humano um todo indivisível, qualquer melhora ou déficit produzido em uma de suas partes vai repercutir de maneira automática, para suprir ou compensar qualquer desvio ou anomalia de outra parte: princípio de adaptação e de substituição.
Examinando as possíveis repercussões que a prática do tai chi chuan possa ter, devemos ver a idade do praticante e o momento circunstancial de seu desenvolvimento vital e cronológico.
Podemos dividir em dois grandes períodos, subdivididos em dois capítulos em função da idade. Com algumas diferenças de acordo com o sexo e as características pessoais de cada pessoa: constituição, hábitos, patologia prévia, etc.
I. Primário 1. Crianças (6 a 10 anos)
II. Secundário 2. Adolescência (11 a 18 anos)
3. Juventude (19 a 30/35 anos)
4. Madureza (35 anos em diante)
Durante estas fases, a resposta fisiológica ante estímulos semelhantes será diferente em cada nível, independente da motivação pessoal e as rotinas de trabalho, terão suas indicações corretas em cada época. Podemos destacar três aspectos onde incidirão positiva ou negativamente as práticas dos esportes – e concretamente do tai chi chuan – de acordo com a época da vida da pessoa considerada:
a) Quanto ao seu desempenho eminentemente somático
b) Em seu componente psicológico. Com fenômenos de adaptação e assimilação ante a nova situação onde a pessoa se desenvolve
c) Considerando sua vida de relação e comunicação, em forma de resposta ao seu meio, em função do conjunto de experiências e e estímulos adquiridos.
– Na primeira fase (criança) e princípio da segunda (adolescência) terão importância preponderante o correto desenvolvimento somático (esquelético e muscular), devendo evitar qualquer técnica ou exercício que possa comprometer a evolução normal harmoniosa do conjunto.
Assentam-se as bases de uma fisiologia correta do exercício, enquanto se acostuma de forma progressiva e superar o cansaço, aproveitando ao máximo as capacidade de sua idade:
elasticidade, flexibilidade e outras
Corrigem-se ou evitam erros freqüentes na infância: má coordenação motora, falta de firmeza, etc.
– As duas últimas fases consideradas têm linhas de transição pouco marcadas, e assim os benefícios se misturam em maior ou menor medida, de acordo com os indivíduos.
Na plena juventude, o tia chi chuan ajudara ainda mais a potencializar a capacidade física: muscular, respiratória, cardíaca, etc. Será aperfeiçoado seu controle e aproveitará ao máximo as possibilidades.
Na última fase considerada, devemos assinalar, antes de mais nada, a grande diferença existente entre aquele grupo de indivíduos que sempre praticaram esportes, das outras pessoas que pela primeira vez chegam a local de prática. Para estes últimos, o grande problema será a falta de hábito, a inconstância e o abandono a curto prazo, quase sem tempo de constatar os benefícios e qualidades.
Para o outro grupo já veterano, a passagem do tempo os condiciona e de alguma forma os impede de abandonar a prática. Através das praticas eles vão conseguir atrasar a ação deteriorante dos anos, conservando o tônus muscular, a agilidade, o sentido do equilíbrio, resistência, etc. domésticos, profissionais,etc.
Vamos tratar agora mais especificamente ainda dos benefícios observando-os nos diversos aparelhos e sistemas do corpo.
– Aparelho Locomotor
Constituído por uma estrutura óssea e cartilaginosa (esqueleto) que como elemento estático representa a armação onde estão guardados todos os órgãos do corpo humano: sistema nervoso central (SNC) e periférico, órgãos dos sentidos (visão,olfato,etc), vísceras, glândulas e seus conteúdos líquidos: sangue, linfa, etc.
Sua mobilidade e capacidade funcional é determinada pela ação dos diversos conjuntos de massas musculares, ativadas por impulsos nervosos produzidos no sistema nervoso. Tais músculos, juntamente com elementos intermediários, como os ligamentos e tendões, e em ação conjunta com as diversas articulações, permitem ao indivíduo exercer sua capacidade ambulação e levar a cabo toda as ações voluntárias desejadas.
Este conjunto confere uma gama de possibilidades de movimentos quase infinita, dentro de limites fisiológicos, que vão desde o imperceptível piscar até a ampla rotação da articulação do ombro (escápulo-umeral,), desde a aplicação de uma força de um décimo de grama até um máximo de 150 Kg d potência.
A aplicação destas funções através da ação muscular pode ser feita por dois tipos de contração:
a)isométrica: sem deslocamento nem alongamento da fibra muscular
b)isotônica: com deslocamento e alongamento da fibra muscular cuja diferenciação terá importância capital do ponto de vista da aplicação e especialidade da força empregada, e uma possível repercussão sobre o desempenho e condicionamento fisiológico do organismo estudado.
Na idade infantil e adolescência devemos prestar a máxima atenção ao realizar a escolha do exercício. Os elementos esqueléticos nestas idades são dotados de uma grande capacidade de flexibilidade, a um ponto que nos ossos longos, em vez de produzirem-se fraturas normais, serão na forma denominada em “galho verde”, sem chegar a romper totalmente a estrutura óssea e sem fragmentação. Mas ainda não estão calsificados os pontos de crescimento (cartilagens de conjunção), por isto deve ser evitada qualquer atividade física ou prática esportiva que inclua uma sobrecarga ou limitação sobre o esqueleto em formação: coluna vertebral, extremidades, etc., o que produziria alterações de desenvolvimento permanentes.
Sem necessidade de recorrer a exemplos tão excepcionais, são características as deformidades desenvolvidas em arqueiros, tenistas, não apenas em hipertrofias musculares como também no comprimento do membro superior, como por alongamentos tendinosos e afrouxamentos articulares.
O Tai Chi Chuan cumpre com perfeição estas intenções e adaptações, suas técnicas favorecem a contração e distensão muscular, os esforços são realizados sem contrações mantidas e evitam-se as ações isométricas, trabalhando como elemento fundamental o relaxamento, a flexibilidade e a extensão máxima dos grupos musculares e articulações, etc. Ainda será maior o beneficio que o tai chi chuan proporciona ao indivíduo quanto ao grau de aproveitamento funcional articular, em qualquer idade e comparativamente com outros atividades fisicas.
As grandes articulações, escápulo-umeral (ombro), cotovelo joelho e especialmente o quadril, em função da rica e variada gama de exercícios, vão determinar uma série de cápsulas articulares e ligamentos capazes de dotar o praticante de possibilidades funcionais de suas extremidades (principalmente o membro inferior) que podemos examinar matematicamente em graus de ângulos de maior aproveitamento, com também permitindo uma maior agilidade e capacitação para a prática de outros atividades ou no desenvolvimento da vida cotidiana.
Por sua vez, a massa muscular do praticante , independente do desempenho e da tonicidade muscular resultante do trabalho específico a que se submete, obtém uma qualidade de fibra muscular não excessivamente hipertrofiada, com uma resposta eficaz e sem as indesejáveis contrações habituais, produzidas em outras práticas físicas, em nível idêntico de intensidade de treino e dedicação.
Por tudo isso, resumimos que o tai chi chuan repercute beneficamente neste capítulo ósseo-articular e músculo- ligamentoso, produzindo:
1. Uma maior flexibilidade da coluna vertebral e grandes articulações, o que determina a ausência ou desaparecimento de habituais quadros dolorosos de cervialgias: dores de pescoço e nuca, dorsalgias, a clássica dor das costas, sem possível diagnóstico orgânico patológico dentro da traumato ou reumatologia, e as típicas lombalgias: dores nos rins.
2. Maior capacidade funcional geral, com amplo sentido do equilíbrio corporal e um alto grau de flexibilidade e elasticidade o que vai determinar maior agilidade ante qualquer situação que requer um esforço físico.
– Aparelho Respiratório e Sistema Circulatório
Para a prática de qualquer atividade é imprescindível o perfeito funcionamento destes dois sistemas, visto que através deles obtemos e distribuímos o elemento fundamental (oxigênio), para realizar a combustão – a nível celular – de todo o metabolismo e nutrição dos diferentes tecidos.
Do funcionamento: captação, distribuição e eliminação de produtos residuais uma vez realizados todos os processos dos dois sistemas, respiratório e circulatório, digamos aqui que as ditas capacidades se regem em função dos estímulos nervosos, bioquímicos e funcionais em íntima coordenação.
O praticante do tai chi chuan, das diversas praticas rotineiras que realiza, vai se exercitar primeiro nos vários tipos de respiração.
Como conseqüência imediata de tal atitude, se derivará um mais claro conhecimento do esquema corporal e da mecânica respiratória, a qual dentro de uma execução correta, determina uma melhor oxigenação e, conseqüentemente, maior rendimento muscular, superior coordenação.
Desta forma, enquanto se participa ativamente, aprendendo técnicas concretas de que se trate, se comprova o porquê e para que da mecânica respiratória.
Já, no que se refere ao sistema circulatório não é um segredo para ninguém que ele experimenta um notável aumento de seu possível rendimento graças ao exercício físico.
Sabido é que o coração:
1.engrossa suas paredes musculares (miocárdio),fazendo mais potentes sua contrações;
2.dilata dentro de linhas normais, suas cavidades, preferentemente os ventriculos e especialmente o esquerdo;
3.que aumenta o volume de sangue (e em conseqüência de oxigênio) que envia em cada contração de suas paredes (sístole), desta forma podemos dizer que o “volume minuto”, que é a quantidade de sangue em unidade de tempo, é maior do que se não tivesse se contraído, e como benefício imediato de tal circunstância teremos:
I.maior quantidade de sangue lançado na corrente circulatória com menos números de batidas cardíacas por minuto;
II.menor consumo de oxigênio do próprio músculo cardíaco ou atuar menor número de vezes;
III.melhor estado funcional de suas fibras ao serem irrigadas por umas artérias coronárias submetidas também à batida, com um maior calibre e permeabilidade e, em conseqüência uma melhor adaptabilidade de todo o conjunto para suportar situações-limite de esforços intensos, sem que apareçam sinais de insuficiência nem no ritmo cardíaco nem nas cifras tensionais.
Em todos esses processos circulatórios é condição indispensável uma total correlação e equilíbrio com os fenômenos já descritos da função respiratória.
Até aqui, estas ações seriam comuns a qualquer organismo submetido a um treinamento inespecífico, mas, além da regulação hemodinâmica e bioquímica conhecido dos processos anteriores e do controle nervoso intrínseco do funcionamento cardíaco, influem neles outros estímulos nervosos superiores, responsáveis com freqüência por alterações funcionais, até sem relação com o esforço físico, que se traduzem, por exemplo, em crise de taquicardia (aumento da frequência cardíaca), extra-sístoles (alterações do ritmo), como consequência de estados de desequilíbrio emocional.
– Sistema Endócrino e Metabólico
O completo ciclo de estímulos e respostas bioquímicas e hormonais em que estão baseados todos os nossos processos fisiológicos encontra-se em perfeita e indivisível conjunção do comportamento de cada um. Todos os esforços a que submetemos o organismo serão automaticamente traduzidos em uma série de mecanismos de adaptação e compensação, tanto mais enérgicos quanto maior seja o estímulo que os determine, nesta linha, sempre que tais requisições sejam dentro de limites fisiológicos A repetição dos mesmos vai resultar favorável e enriquecedora para o indivíduo saudável, contribuindo para fortalecer seu organismo.
Através da pratica, a resposta fisiológica se canaliza, educa e equilibra, e com isso potencializamos ao máximo os elementos vivenciais que vão produzir o desencadeamento do equilíbrio e harmonização sistêmico e a subsequente resposta será precedida de um sentido de crítica e análise do estímulo mais ponderado. Tudo isto como resultante do maior equilíbrio psicofísico e emocional do indivíduo.
Os indivíduos que sofrem de algumas alterações metabólicas como: obesidade, certo tipo de anorexias, etc, com um evidente componente neurótico, beneficiam-se com a prática nem tanto pelo exercício físico praticado, e sim pela combinação deste e o equilíbrio emocional obtido, reforçando a autoconfiança e corrigindo distonias neuro vegetativas.
– Aparelho Digestivo
Na mesma linha que falávamos anteriormente, poucos conjuntos orgânicos são tão suscetíveis de influências (segundo o estado ou situação afetiva do indivíduo)o quanto o aparelho digestivo.
Independente de todos os benefícios comuns que a função digestiva possa ter com a vida saudável, devemos salientar que o conjunto de alterações, simplesmente disfunções ou autênticos quadros patológicos que incidem no trato digestivo, em função das causas psicogênicas, é muito variado. Vai desde as aftas labiais e bucais (os clássicos “sapinhos”), continuando com as dispepsias, sensações de opressão precordial ou “bolo histérico”, as disquinesias biliares (alterações no ritmo de produção ou quantidade de bílis), as características gastrites, úlceras gástricas, pilóricas ou duodenais, de altíssimos componentes de origens psicogênicas e os quadros transitórios ou permanentes de prisões de ventre ou diarréias alternantes. Não é por acaso, que em grande número de praticantes do tai chi antes vítimas destes padecimentos, observamos a diminuição de tais processos e até a total cura destas doenças ao longo da prática.
É evidente que, através da pratica, como mostramos anteriormente, podemos determinar uma ação no comportamento e resposta da vida emocional do indivíduo, obtendo uma integração de sua personalidade e equilíbrio afetivo.
– Sistema Nervoso
Todas e cada uma das funções estudadas até este momento e a influência benéfica que a prática pode nelas determinar não devemos esquecer que estão submetidas a uma monitorização de faixa superior central, representando pelo sistema nervoso, que se bem atua de forma coordenada e interativa como parte e todo, na hora de considerar os benefícios obtidos de forma parcial, em seu conjunto poderemos soma-los ao determinado pelas vitais dotações que a cada um deles confere como o sistema nervoso.
Separando em seu conjunto as concepções já referidas dos elementos vantajosos derivados da prática, ao tratar de analisar a repercussão que aqueles nos tem produzido a nível de sistema nervoso, dividiremos este elemento em três departamentos.
1.Funções Motoras: acerca delas já descrevemos no aparato locomotor como o sujeito obtem um melhor conhecimento de seu esquema corporal exteroceptivo, de sua capacidade de deslocamento no espaço, de sua coordenação e equilíbrio, como adapta-la a seu proceder físico, um novo código na combinatória dos distintos movimentos através de encadeamento da técnica. As respostas motoras em conseqüência são mais rápidas e precisas, com maior liberação energética e superior funcionalismo, que prescinde o supérfluo.
2.Funções Sensitivas: neste aspecto, ao potencializar-se também o conhecimento do esquema corporal interoceptivo, através da relação e concentração mental, o sujeito “se vê por dentro”, aprende a “escutar” e a auto-analisar, sem cair na hipocondria (temores infundados no padecimento de disfunções ou enfermidades), o mecanismo de atuação dos órgãos de seus sentidos, sistemas e aparelhos, melhor conhecimento através do qual se familiariza com eles, obtém mais e melhor rendimento de sua capacidade, potencializando aqueles elementos mais débeis ou pior dispostos.
3.Funções Intelectuais: estas em geral, que já de forma indivisível se tem beneficiado nos tópicas anteriores descritos, em seu aspecto de auto estima e comportamento afetivo frente aos demais, reunirá uma série de características sobressalentes. Como premissa inicial, o melhor conhecimento de si mesmo o situa em um plano de evidente vantagem para corrigir erros.
O equilíbrio psicofísico que determina a prática do tai chi prepara uma diminuição paralela da agressividade ou quando menos uma canalização controlada e positiva, eliminando os estados de ansiedade e angústia típicos do homem moderno na sociedade atual. O treinamento físico, está condicionado por uma atividade mental especial, na que se treina a avaliar com espírito racionalista situações diversas e imprevistas, às quais tem de adequar uma resposta de forma imediata, porém sempre segundo a aplicação de uma técnica estrita, toda ela dentro de determinados critérios e comum controle pré estabelecido.
Tudo isso, como dissemos, favorece a coordenação psicofísica, potência e melhora dos sistemas de auto conhecimento intra e extereo conceptivos do sujeito e sua capacidade de percepção, iniciativa e improvisação.
Resumindo o que dissemos acima acerca do corpo e acrescentando uma análise mais detida do aspecto interno a pratica visa, como já dissemos anteriormente, a que o homem obtenha a PAZ INTERIOR.
Esta é conseguida através de um perfeito equilíbrio entre o corpo e a mente, mediante a execução de uma ampla gama de técnicas corporais e mentais. Pode-se estar cansado e fatigado mas sai-se da atividade estimulado, tanto física como psicologicamente, sobre tudo pelo trabalho com a agressividade, um dos maiores males do homem e que na maioria das vezes se mantém oculto causando muitos desequilíbrios que são assim corrigidos.
A consecução de dita finalidade, implica toda uma série caleidoscópica de objetivos intermediários, com uma transcendência humana e social tão harmoniosa quanto ou como pouco conhecida. Entre elas figuram, do ponto de vista fisico psicológico:
– Tomada de consciência e aceitação do próprio corpo, com todas as travas obsessivas que assim se rompem (flacidez, excesso de sono, falta de graça corporal), tanto a nível individual como grupal;
– Escutar interiormente o corpo e como trabalham os músculos necessários, de acordo com o princípio da máxima estabilidade e o mínimo gasto energético;
– Aviva o mundo sensitivo e sensual mediante o trabalho da coluna vertebral, o baixo abdómen e a pelvis;
– Controle do corpo; conhecimento do próprio eixo corporal, do volume (dimensão corporal) e do movimento com o mínimo gasto energético. Isto permite uma colocação correta no espaço tanto do corpo individual como do grupal, o que se traduz na relação com os demais, assim como os movimentos, se dulcificam, se fazendo menos compulsivos;
– Capacidade de passar do relaxamento total a explosão violenta do Chi (energia) e retornar de imediato ao relaxamento, como fazem os animais da natureza;
– Melhora dos biorritmos e da utilização da própria energia vital, tanto pelo conhecimento interior como pela melhora da respiração conseguindo que as constantes vitais – ritmo respiratório e cardíaco, fluxo sanguíneo – alcancem seu valor mais equilibrado;
– Desenvolvimento da vontade, constância, o desejo da superação pessoal, da humildade para aceitar as próprias limitações da capacidade para suportar a dor física;
– Enviar dados a mente tanto do corpo como do mundo exterior que esta jamais processou e que repercutiram em novas reestruturações da unidade existencial do indivíduo;
– Desenvolvimento de uma harmônica coordenação muscular, seqüência progressiva, para só imprimir potência no instante do suposto impacto, o qual obriga ao praticante a controlar seu sistema nervoso, empregando só aqueles músculos que requerem a técnica e mantendo relaxados os restantes para evitar desperdiçar força. Esta coordenação tem a vantagem imediata de proporcionar ao aluno desta disciplina uma verdadeira sensação de prazer físico ao sentir-se, totalmente dono de seu próprio corpo;
– Facilitar o meio idôneo de expressão corporal, mediante o qual o praticante projeta sentimentos internos tão significativos como a agressividade, sinceridade, pureza de espírito, ódio e amor sem necessidade de recorrer aos cinco sentidos que processa a mente.
– Liberação e controle de agressividade na prática normal e no combate graças a um rigoroso auto domínio psicossomático;
– Liberação de energias desarmonicas, tais como excesso de calorias, angústia e temores físicos e psíquicos, através da criação prática corporal;
– Um perfeito equilíbrio e controle da respiração e consequentemente, da concentração e relaxamento, assim como um adequado aproveitamento da energia que se insufla durante a inspiração.
– Uma grata sensação de segurança física que facilita, em grande medida, o caminhar tranqüilo pelas ruas, fora do alcance da violência que existe no meio ambiente;
– Uma excelente flexibilidade, elasticidade, força muscular e rejuvenescimento do corpo, assim como uma grande resistência muscular para todos os tipos de esportes e trabalhos físicos.
– Uma cálida sensação de solidariedade pela prática coletiva em pares, assim como uma harmoniosa percepção integradora da natureza quando se trabalha individualmente em contacto livre com ela.
O Tai Chi, trabalha fundamentalmente a coluna vertebral e a zona pelviana, cruz corporal donde radica a fonte de vida, da saúde e do equilíbrio psicossomático que permite alcançar a integração correta entre o corpo, e a mente e o espírito.
Logicamente, a tomada de consciência, controle e e aceitação do nosso corpo, se vivem de forma gratificante, sendo este um dos maiores estímulos para que os praticantes continuem.
O equilíbrio corpo mente implica um correto equilíbrio bioenergético, bioquímico, um fluxo continuado e harmônico da energia vital do Chi. Dito equilíbrio, frágil como cristal, é rompido facilmente pelas frustrações, agressões do meio, inibições, traumas de todo o tipo, dietas incorretas produzindo-se acúmulos de energia desarmônica que bloqueia o fluxo normal de Chi, aparecendo assim transtornos emocionais e personalidades violentas e agressivas.
Repetimos pois, ai radica o mais harmonioso objetivo da pratica do Tai Chi Chuan; na restauração e reforçamento do equilíbrio psicossomático, desde que através do corpo em harmonia com as leis que regem os fenômenos naturais e a plena vivência com eles.